Sob risco de cair, prédio da TAM Express será retirado

As equipes de resgate continuavam trabalhando nesta quinta-feira na retirada dos corpos do local onde estão os restos do Airbus da TAM, depois de ter sido determinada a retirada da parte estrutural do prédio da TAM Express, atingido pelo avião há dois dias e sob risco de desabar.

"Vamos retirar as estruturas antes de entrar. Como o colapso (das estruturas do prédio) foi total, escoras não funcionariam", disse o porta-voz dos bombeiros, capitão Mauro Lopes.

O Airbus A320 da TAM, que fazia o vôo 3054 de Porto Alegre a São Paulo, sofreu o mais grave acidente da história do país ao tentar pousar na pista molhada do aeroporto de Congonhas. A aeronave atravessou uma avenida movimentada, se chocou contra prédios e um posto de gasolina, pegando fogo na sequência. Há cerca de 190 mortos, mas a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo deixou de divulgar o número oficial.

Segundo Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil, a estrutura do prédio da TAM Express "está totalmente abalada", e existe o risco de desabamento. Lima disse que faltava decidir se o prédio seria total ou parcialmente derrubado e por meio de que método, por implosão ou demolição.

O coordenador informou que há possibilidade da retirada ser feita no final de semana, devido a maior tranquilidade do trânsito na cidade.

O capitão Mauro Lopes disse que foi feita uma análise dos prédios atingidos pelo avião para evitar riscos à segurança das pessoas que estão trabalhando no resgate dos corpos.

"O perigo (de desabamento) continua. Estamos atentos. Os bombeiros só estão no local porque estão sentido confiança de trabalhar ali", disse Lopes. Segundo ele, há restos de fuselagem, bancos e escombros na parte dianteira.

Segundo a companhia aérea, estavam na TAM Express no momento do acidente, por volta das 19h, entre 50 e 60 funcionários e clientes no edifício. A unidade de transporte de cargas da companhia aérea fica do lado oposto do aeroporto, na avenida Washington Luís. Quatro pessoas morreram, cinco pessoas ainda são dadas como desaparecidas e 10 estão hospitalizadas.

Curiosos ainda observavam de longe as ruínas do prédio nesta quinta, de onde continua saindo fumaça e um forte cheiro de queimado. Alguns tiravam fotos dos escombros, assim como de repórteres de TV e autoridades no local.

Além do trabalho de remoção de vítimas, os bombeiros conseguiram retirar todo o combustível do posto de gasolina ao lado do prédio, eliminando assim possíveis riscos de explosão.

Segundo Lopes, 105 mil litros de combustíveis (gasolina e álcool) foram retirados do local. Ele afirmou ainda que no avião também não há mais combustível.

De acordo com Lopes, dentro do prédio da TAM Express estão o nariz do avião, assim como as rodas.