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Quinta - 19 de Julho de 2007 às 14:37

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Os primeiros momentos após o acidente com o Airbus da TAM ontem, às 18h50, mostraram quem faz jornalismo no calor do tempo real na TV aberta. Nas duas primeiras horas de cobertura, as três principais equipes de jornalismo do país apresentaram posicionamentos diferenciados frente ao maior acidente da história da aviação brasileira.

A Band saiu na frente. Experientes, Ricardo Boechat e Joelmir Beting comandaram a cobertura no "Jornal da Band", que pegou a bola do "Brasil Urgente". Sem intervalos, o jornalístico liderado pela dupla teve relatos de testemunhas e informações atualizadas sobre o resgate, antecipando o quadro que depois outras emissoras consolidariam. Cometeu erros, claro. Mas todas cometeram.

De Brasília, Fábio Pannunzio foi o primeiro a constatar: "É notória a desarticulação do governo". Uma hora e meia após o acidente, nenhum órgão ou pasta tinha representantes para fornecer uma declaração. Exceto a Infraero, que só desinformou.

E a Band teve Eleonora Paschoal. A jornalista mostrou o valor da tarimba e da competência em episódios desse porte. Entrou diversas vezes no ar, informou, se emocionou. Sua equipe foi a primeira a mostrar o corpo de uma vítima (devidamente coberta), provavelmente do edifício da TAM Express --depois, as outras emissoras também exibiram imagens de corpos (afinal, neste caso, não há acidente sem vítimas). De longe, a melhor repórter da cobertura. Luciano Jr. também fez bonito.

Enquanto isso, na Globo, "Sete Pecados" mostrava as artimanhas de Beatriz (Priscila Fantin).

Assim como a Band, a Record optou pela cobertura especial em seus telejornais. Mas, cautelosa em excesso, levava ao público informações já frias em relação à emissora do Morumbi. Ficou atrás e chegou à incoerência de não dizer "TAM" (segundo Reinaldo Bottino, "uma empresa aérea"), a despeito do logotipo brilhante em meio ao fogo nas imagens ao vivo. O jornalista levou 20 minutos, ao vivo, para finalmente dizer o nome da empresa --o que fez apenas uma vez (contra as 15 em que usou termos como "uma companhia aérea" e "uma empresa"). A emissora, como a Band, deu o número do vôo errado (5018, em vez de 3054), corrigindo-o minutos depois.

A Globo, que optou por flashes antes do "Jornal Nacional", após as 20h30, pareceu ter se esquecido de possuir a maior e melhor infra-estrutura jornalística (incluindo pessoal) do país. A "cobertura completa" do "JN" chegou atrasada, quase sem novidades e com um show de inabilidade. Ah, teve o Pan.

Rodrigo Boccardi, cuja tensão evidenciou o cacoete da fala aos socos, nada trouxe do local do acidente. Fernando Rocha, em sua primeira entrada ao vivo, destacou o desimportante: "Nem o helicóptero do governador José Serra pôde pousar em Congonhas". Depois, com as labaredas consumindo o galpão da companhia: "A estrutura do edifício está condenada".

William Bonner, procurando rumo, se perdeu na ancoragem. Evidenciou a falta de jogo de cintura na cobertura sem texto pronto. Em meio à comoção geral, disparou um "se espatifou" para descrever o acidente com o avião. Combinou com o texto informativo ao fim do primeiro bloco, que fornecia na tela do "JN" não o telefone de informações para os familiares dos passageiros do vôo, mas para os "parentes das vítimas". Ainda não havia confirmação de mortos.





Fonte: Folha Online

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