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Politica Brasil
Quarta - 18 de Julho de 2007 às 09:01
Por: Rodrigo Vargas

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Interrogada na tarde de ontem pelo juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal, a ex-deputada e atual secretária de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Cuiabá, Celcita Pinheiro, negou que tenha recebido propina da máfia dos sanguessugas.

Celcita responde pelos crimes de improbidade administrativa, formação de quadrilha, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, ela teria negociado emendas de interesse do grupo Planam, dos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin.

Em depoimentos à Justiça federal, os empresários afirmaram ter repassado dois cheques de R$ 25 mil à campanha eleitoral de Celcita, em 2002, como parte do acerto.

As investigações da Polícia Federal identificaram o depósito de um cheque deste valor, de uma das empresas do grupo, na conta do irmão da secretária, o empresário Air Bomdespacho.

No interrogatório, Celcita disse não ter qualquer relação com os Vedoin. Segundo ela, o único contato teria ocorrido em 2000, em uma reunião em seu gabinete, na qual os serviços da empresa foram apresentados.

“Ela estava muito tranqüila no interrogatório, pois nunca teve relação com esta família ou a Planam. Ela é uma pessoa com 25 anos de vida pública, sem nenhuma mácula”, apontou, por telefone, o advogado João Celestino, que faz a defesa da parlamentar.

Segundo ele, o cheque descoberto na conta do irmão da parlamentar era referente a uma prestação de serviços que jamais se concretizou. “Air Bomdespacho é um empreiteiro e realiza obras no setor elétrico. Recebeu um cheque em adiantamento, mas ele nunca foi compensado”.

O advogado, porém, fez questão de ressaltar que as explicações sobre o negócio não cabem à ex-parlamentar. “Este é um problema do senhor Air. Este fato, inclusive, já chegou a ser objeto de apreciação pela Receita Federal em 2004”.

Quanto às emendas apresentadas pela parlamentar, Celestino afirmou que a Justiça fará um levantamento completo do número de proposições feitas pela parlamentar ao longo de seus dois mandatos.

“É certo que ela fez emendas para a compra de unidades móveis de saúde e algumas das concorrências foram vencidas pela Planam. Mas muitas não foram. O que não se pode é relacionar este fato à existência de um cheque na conta de um irmão da parlamentar. É absurdo”.

Ao final do interrogatório, o procurador da república, Thiago Lemos de Andrade, não quis comentar os argumentos da defesa. Mas se mostrou seguro da denúncia que apresentou à justiça. “Continuo com a mesma convicção”.

Celcita evitou os jornalistas e chegou a demonstrar irritação com o trabalho dos fotógrafos. “Quando estou no meu trabalho, ninguém aparece para fotografar”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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