Uso do cheque cai 44% em uma década e custo do talão dobra em 3 anos
Estudo realizado pelo Ibmec São Paulo revela que a utilização do cheque caiu 44% entre janeiro de 1997 e junho de 2006. Em 1997, a cada mês eram compensadas 250 milhões de folhas de cheques. O número de compensações diminuiu para cerca de 140 milhões em junho do ano passado.
No mesmo período, o volume financeiro envolvendo cheques caiu 78%, de R$ 320 bilhões para R$ 70 bilhões.
Além disso, o custo do talão de cheque, na média, ficou bem mais caro para os usuários. O valor máximo subiu de R$ 9, no início de 2003, para R$ 18, em igual período de 2006.
Por outro lado, a representatividade dos cartões nos meios de pagamentos apresentou crescimento expressivo, passando de 27% para 55% entre 2000 e 2005. Vale destacar a participação dos cartões de débito, que saltou de 4,5% para 21% no mesmo período. Nesta mesma comparação, a participação dos cheques caiu de 58% para 28%.
Isso ocorreu porque, além de os cartões darem mais segurança e serem mais baratos para o usuário em suas compras, os lojistas passaram a dar preferência a esta forma de pagamento pela maior garantia de recebimento neste sistema de operação.
Segundo o estudo, essas mudanças são conseqüências diretas das medidas regulatórias que foram estabelecidas pelo Banco Central com a implantação do novo SPB e que tinham como objetivo inicial reduzir o risco sistêmico do mercado brasileiro, fortemente concentrado nos cheques de valor elevado --pouco mais de 1% dos cheques compensados correspondiam a 70% do volume financeiro do sistema.
Para substituir os cheques, o Banco Central criou a TED (Transferência Eletrônica Disponível), uma alternativa mais segura e rápida, que em menos de três anos conseguiu concentrar mais de 60% da participação financeira dos meios de pagamento.
Os dados fazem parte da dissertação "A evolução do sistema de pagamentos brasileiro e o desaparecimento do cheque: realidade ou exagero?", do aluno do Mestrado Profissional em Economia, do Ibmec São Paulo, Rafael Paganotti Figueiredo.
O estudo utilizou informações de várias instituições, entre elas Banco Central, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério do Planejamento), Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços) e tabelas de tarifas disponíveis nas agências de 10 bancos de varejo atuantes em território brasileiro (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Unibanco, Santander, HSBC, Citibank, Real, Caixa Econômica Federal e Nossa Caixa).
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