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Politica Brasil
Segunda - 09 de Julho de 2007 às 08:29

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Com as atenções desviadas para o imbróglio da reforma política e a crise no Senado, a Câmara incluiu na pauta proposta de emenda constitucional que tende a reabrir a polêmica sobre o tamanho dos Legislativos municipais.

Se aprovada, a chamada PEC dos vereadores poderá praticamente anular resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que extinguiu mais de 8,5 mil cadeiras nas Câmaras em 2004.

A emenda, do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), cria 25 faixas para definir o número de vereadores, proporcionalmente ao tamanho da população.

Cidades com até 5 mil habitantes terão 7 vereadores.

As de 15 mil a 25 mil moradores terão 9 e assim por diante.

Estudo do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) aponta que a mudança elevaria em 9,9% o total de cadeiras no Brasil, em relação aos atuais 51.875 postos.

Ou seja, criaria 5.159 vagas.

Mas um substitutivo à PEC do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) prevê aumento maior, de 14,7%.

A polêmica sobre o tamanho dos Legislativos municipais começou com o caso da cidade paulista de Mira Estrela, que apesar de contar com apenas 2.651 habitantes sustentava 11 vereadores.

Em 2004, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou a extinção de duas cadeiras e determinou que este e outros municípios só poderiam ter mais de 9 vereadores se, para cada vaga adicional, existissem 47.619 habitantes.

Brecha O excesso de representantes foi baseado numa brecha na lei. Pela Constituição, municípios devem definir o número de vereadores com base em três faixas: de 9 a 21 em cidades com até 1 milhão de habitantes, de 33 a 41 nos municípios que tenham entre 1 milhão e 5 milhões de habitantes, e de 42 a 55 em cidades com mais de 5 milhões de moradores.

A falta de clareza e a amplitude dos intervalos levaram diversos municípios a fixarem número de cadeiras sem respeitar a proporcionalidade.

Após o parecer do STF, o Congresso tentou aprovar às pressas emenda semelhante à que será analisada agora, que salvaria 3,5 mil das 8,5 mil vagas que seriam cortadas pelo efeito dominó da decisão judicial.

Mas a falta de consenso entre parlamentares impediu que a proposta avançasse.

Desde então, passou a valer a resolução do TSE que confirmou o parecer do STF e o estendeu para a formação das Câmaras que resultariam da eleição daquele ano.

Mattos argumenta que não cabe ao tribunal definir esses critérios.

Ele alega ainda que, em relação à Constituição, sua PEC reduz o número de vereadores.

"Não será um corte no patamar do TSE.

Mas haverá um corte em relação ao que era", diz, lembrando que a diminuição supera 3 mil cadeiras.

Autor do estudo do Ibam, François Bremaeker avalia que a PEC melhora representatividade em comparação à decisão judicial.

"O parecer do STF também não é proporcional".

Apesar de ampliar o número de cadeiras, a PEC dos vereadores prevê redução das despesas das Câmaras.





Fonte: G1

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