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Internacional
Domingo - 08 de Julho de 2007 às 23:53

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O gabinete israelense decidiu neste domingo libertar 250 prisioneiros do Fatah, o partido do presidente moderado Mahmud Abbas para reforçá-lo frente aos islamitas do Hamas, que assumiram o controle da Faixa de Gaza.

"Fazemos este gesto na esperança de reforçar de todas as formas possíveis os elementos moderados da Autoridade Palestina e incentivá-los a se comprometer com uma direção que permita lançar verdadeiras discussões sobre os caminhos para a paz", declarou Olmert durante reunião do gabinete.

Os palestinos comemoraram o gesto, mas criticaram a ausência de coordenação.

"É um bom começo. Nós cumprimentamos esta libertação, esperamos que todos os prisioneiros sejam libertados, e nosso governo se abrirá neste sentido", declarou à AFP o ministro palestino da Informação, Riyad Al-Malki.

"A decisão de libertar os 250 prisioneiros não foi tomada em coordenação com a parte palestina", criticou no entanto o principal negociador palestino, Saëb Erakat.

"Uma solução para a questão dos 10 mil prisioneiros palestinos não passará por medidas unilaterais e gestos isolados", acrescentou.

Israel havia anunciado estas libertações de prisioneiros durante a Cúpula de Sharm el-Sheikh (Egito) em 25 de junho, para demonstrar seu claro apoio a Abbas dias depois de o Hamas assumir o controle da Faixa de Gaza.

O governo israelense também transferiu aos palestinos pouco após a cúpula cerca de US$ 118 milhões, do total de US$ 600 milhões de tarifas e produtos alfandegários retidos desde a eleição do Hamas em janeiro de 2006.

O ministro israelense dos Transportes, Shaul Mofaz, que votou contra a libertação dos 250 prisioneiros palestinos, assim como seis de seus colegas, afirmou que "Abu Mazen (Mahmud Abbas) receberá o dinheiro e os prisioneiros, e não veremos nada em troca".

"Uma libertação de prisioneiros não vai reforçar Abu Mazen. Acho que no fim deste ano ou no começo do próximo ano assistiremos a uma reconciliação entre ele e o Hamas", afirmou Mofaz.

Segundo a porta-voz de Olmert Miri Eisin, os "prisioneiros que serão libertados devem ser do Fatah, não ter as mãos manchadas de sangue israelense e homens que possam contribuir para reforçar o campo dos moderados entre os palestinos e favorecer a estabilização no centro da Autoridade Palestina".

Segundo o procedimento requerido, a lista dos prisioneiros que podem ser libertados deve ser publicada na internet pela autoridade penitenciária. Além disso, antes de serem soltos, a Suprema Corte terá um prazo de 48 horas para receber eventuais recursos.

No plano diplomático, Abbas e Olmert devem se encontrar "no próximo fim de semana", segundo responsáveis dos dois lados.

Na noite deste domingo, um comunicado de seu ministério anunciou que a ministra israelense dos Assuntos Estrangeiros, Tzipi Livni, se encontrou com Salam Fayyad, pela primeira vez desde que ele assumiu seu cargo de primeiro-ministro palestino, em meados de junho.



Um responsável palestino falou, por sua vez, de um encontro segunda-feira passada do novo ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, com o primeiro-ministro aplestino, Salam Fayyad, sobre as barreiras do Exército israelense na Cisjordânia; bur-chw-mel/lm




Fonte: AFP

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