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Esportes
Sexta - 06 de Julho de 2007 às 13:02

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A seleção brasileira de futebol pode ser apenas sub-17, mas o esquema para esconde-la do público - e da imprensa - é de gente grande. Na quinta-feira, o time que vai defender o país no torneio masculino de futebol nos Jogos Pan-Americanos chegou ao Rio.

O que se viu foi um esquema de blindagem, digno da equipe principal, que disputa a Copa América na Venezuela. Logo no primeiro dia dentro da delegação brasileira, o técnico Lucho Nizzo já avisou que o acesso aos garotos será restrito: a cada dia, apenas dois ou três jogadores dará entrevista.

"O assédio é importante, mas o que combinamos é sempre dividir o grupo que vai aparecer. Para não criar ciúme, não criar rachas, e para que todos tenham a oportunidade de contar a sua história", explica o treinador.

Na Vila, que conta com área de lazer, lan houses e ainda oferece o intercâmbio com atletas brasileiros e estrangeiros, o acesso do time também será restrito. "Para muitos, a ficha ainda está caindo. O importante é não quebrar o foco, lembrar sempre do motivo que nos trouxe até aqui. O Pan é maravilhoso, é interação, é uma coisa super válida, mas o futebol não pode perder o foco", alerta o treinador.

Nizzo deve, inclusive, tem preferências sobre com quem seus atletas devem se relacionar. "Acho válida essa integração. Mas existe o momento apropriado. Vamos buscar um contato com alguns atletas do vôlei. São profissionais que tem bagagem, já passaram por isso e podem nos ajudar".

Bem treinados, os atletas seguem o discurso do treinador. "A gente sabe que a responsabilidade aqui no Rio de Janeiro é grande, representando o país em uma competição importante. Não tem que se preocupar muito com coisas fora do campo. Temos é que cuidar do que acontece no campo", diz o volante Felipe, do Botafogo, titular da equipe.

Até mesmo o meia Lulinha, que já faz parte do elenco principal do Corinthians e é, de longe, o mais conhecido do elenco, segue o discurso: "A gente faz reunião entre a gente mesmo, para falar o que vamos dizer, para seguir na mesma linha e não dar nada errado, para que não saia boatinho de nada".

Essa "maturidade" que os garotos de 17 anos mostram é fruto de treinamento cada vez mais precoce, para lidar com a pressão, com o público e com as perguntas. "No clube a gente tem acompanhamento com psicóloga, assiste palestras de jornalistas, para que, quando estivermos em situações como essa, saber como nos portar", explica Felipe.

Essa capa, porém, acaba quando o assunto chega a uma das características mais marcantes do boleiro atual: o videogame. O volante Tiago, do Grêmio, por exemplo, levou o seu console para a Vila e garante a diversão. "O craque sou eu. O Lulinha é fraco, o Tiago é fraco", diz Felipe, sem esconder o lado criança, ainda presente.

Consciente, Nizzo aprova a "ajuda" para controlar a garotada. "Eles são inteligentes, são de uma geração que é um divisor de águas, estão mais preocupados com a cultura. Mas é claro que a internet e esses joguinhos são importantes. Ajudam a passar períodos longos de concentração, longe da família".

O Brasil, que chegou na quinta-feira à Vila, estréia no Pan no dia 15, no estádio João Havelange, contra Honduras. Ainda estão no grupo Costa Rica e Equador.





Fonte: Terra

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