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Internacional
Segunda - 25 de Junho de 2007 às 05:42

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A ONU não é mais percebida como neutra em muitos países, mas como uma organização que serve aos interesses ocidentais, segundo o jornalista inglês Mark Malloch-Brown, ex-secretário-geral adjunto da organização.

Em discurso que será feito esta noite em Londres e antecipado pelo jornal "The Independent", Malloch-Brown afirma que a guerra no Iraque despedaçou a causa das intervenções humanitárias propostas pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.

O intervencionismo humanitário - ou seja, o recurso à força militar para evitar genocídios ou impor a democracia - levou ao bombardeio da Otan contra a Sérvia, à intervenção militar britânica em Serra Leoa e serviu também para buscar apoio internacional à invasão do Afeganistão.

No entanto, segundo o inglês, o presidente do Sudão, general Omar al-Bashir, utilizou a guerra no Iraque como pretexto para não aceitar a presença dos capacetes azuis da ONU em Darfur.

Bashir fez dos dois principais arquitetos da invasão ao Iraque (Blair e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush) "sua melhor arma" contra uma intervenção da ONU, explica o ex-adjunto de Kofi Annan.

"O Iraque é a causa imediata de tudo isso. E o 11 de setembro o pivô imediato, embora ambos sejam a culminação de um processo que fez desviar o trabalho humanitário do que deveria ser seu caminho: a ajuda neutra aos necessitados", argumenta.

Malloch-Brown diz que quem se dedica a trabalhos humanitários encontra problemas não só em Darfur mas também na Colômbia ou na Faixa de Gaza, onde o apoio ocidental ao Fatah e o bloqueio político econômico ao Hamas são mais manifestações mais dessa falta de neutralidade.





Fonte: EFE

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