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Internacional
Quarta - 30 de Maio de 2007 às 19:36

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A União Americana de Liberdades Civis (Aclu) anunciou hoje a tramitação de uma demanda contra uma filial da Boeing por prestar apoio à CIA no transporte secreto de supostos terroristas a países estrangeiros.

Na demanda, que será apresentada hoje a um tribunal federal da Califórnia, se acusa a empresa Jeppesen Dataplan de fornecer serviços de vôo a esta agência americana para o transporte de Binyam Mohammed, Abou Elkassim e Ahmed Agiza para locais secretos no exterior, "onde foram alvo de torturas e de outras formas de tratamento cruel, desumano e degradante".

"As empresas americanas não devem se beneficiar do programa de entregas extraordinárias da CIA, que é ilegal e contrário aos valores básicos americanos", declarou Anthony Romero, diretor-executivo da Aclu, ao anunciar a iniciativa legal.

A organização alega que a empresa, através de sua agência de viagens Jeppesen International Trip Planning, foi um dos principais provedores de apoio logístico aos aviões usados pela CIA no transporte secreto de suspeitos.

Na demanda se diz que a Jeppesen facilitou vôos a centros de detenção no exterior controlados pelos Estados Unidos e calcula que desde dezembro de 2001 prestou apoio a pelo menos 15 aeronaves que efetuaram um total de 70 transportes.

Entre os serviços se inclui o fornecimento de planos de vôo, o preparo das saídas com as autoridades de controle de tráfego aéreo, o trâmite de permissões de países estrangeiros e outras atividades de segurança e alojamento para a aeronave e a tripulação uma vez em terra.

A demanda especifica detalhes de alguns vôos e entre eles um em julho de 2002, no qual o etíope Binyam Mohammed, que estava sob custódia da CIA, foi levado ao Marrocos, onde permaneceu preso em segredo por um ano e meio e foi "interrogado e torturado por serviços marroquinos de inteligência".

Em janeiro de 2004, Mohammed foi novamente levado por agentes da CIA a um centro secreto de detenção em Cabul (Afeganistão) conhecido como "a prisão escura", onde foi novamente torturado até que passou para a base americana de Guantánamo (Cuba), onde permanece preso.

Abou Elkassim Britel, de nacionalidade italiana, foi levado em maio de 2002 por agentes da CIA do Paquistão para o Marrocos, onde também foi torturado por agentes deste país e permanece ali preso, explicou a ACLU em um comunicado.

O cidadão egípcio Ahmed Agiza foi levado em dezembro de 2001 da Suécia ao Egito onde sofreu graves abusos e torturas e permanece na prisão.

A ACLU também deve pedir à Suprema Corte dos EUA que revise o caso de Khaled El Masri, ao qual chama de "cidadão alemão inocente, que também foi vítima do programa ilegal de entregas do Governo".





Fonte: EFE

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