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Nacional
Quarta - 30 de Maio de 2007 às 18:33

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Um lenço branco para cada morte por assassinato no país. É assim que ONGs (Organizações Não-Governamentais) querem chamar a atenção da sociedade civil para os 15 mil brasileiros que foram mortos por homicídio somente em 2007.

"O principal objetivo da manifestação é ajudar a sociedade brasileira a dimensionar o que está acontecendo na nossa nação, no que diz respeito à letalidade. Estamos vivendo num contexto de um índice obsceno de morte por assassinato. É um genocídio de gente negra, pobre e numa faixa etária de 15 a 24 anos", ressaltou o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.

Os 15 mil lenços brancos estão montados em varais em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Costa diz que a capital federal foi escolhida para a manifestação porque os homícidios não ocorrem em apenas em um estado, mas em todo o País.

"O Rio de Janeiro não é o estado mais violento no nosso país. A situação está horrível em Pernambuco, uma tragédia em Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais. Em Santa Catarina, as coisas não estão fáceis", disse. "O que nós queremos é que haja uma mobilização nacional, que a sociedade passe a participar e que o poder público estabeleça como prioridade número um a defesa da vida", completou o presidente da ONG.

Para ele, a população é passiva diante dos casos de homicídios no país. "Temos uma sociedade que não compreende que sem participação popular esse quadro não vai mudar", disse. "Se a sociedade não emprestar força ao poder público, não vamos sair desse estado de barbárie", completou.

Na opinião do presidente da Rio da Paz, a sociedade está individualista. "O brasileiro espera a tragédia alcançar sua família para aprender a ser gente, a se comportar como ser humano. Isso é trágico."

Costa aponta também a miséria e a desigualdade social como causas do alto índice de criminalidade. "Precisamos de um salário mínimo que estimule o jovem, por exemplo, a trabalhar de segunda a sábado. Hoje, por exemplo, um traficante no Rio de Janeiro oferece por semana, às vezes por dia, o que o jovem ganha trabalhando duro por mês", disse.

O presidente da ONG Rio de Paz cita também, como causas, a impunidade e a corrupção. "Um governador, por exemplo, por melhor intencionado que ele seja, não consegue trabalhar no Brasil. Fora o fato de que muitos já chegam desmoralizados no poder por causa do jogo eleitoral."




Fonte: Agência Brasil

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