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Nacional
Segunda - 21 de Maio de 2007 às 11:10

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A pedido da Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal antecipou em um dia a análise dos documentos apreendidos na Operação Navalha para encaminhar ao Congresso as informações referentes a parlamentares que podem resultar em processos pelo Senado ou Câmara.

As atenções foram concentradas no material recolhido nos escritórios da empreiteira Gautama. Nele, segundo a Folha apurou, há uma lista de presentes a funcionários públicos, além dos documentos citando deputados e senadores relacionados a dinheiro.

A intenção do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, é encaminhar a lista com os nomes dos parlamentares o mais rápido possível ao Congresso, mesmo sem pedido oficial dos presidentes das duas Casas.

Nas pastas apreendidas estariam listadas a contabilidade das obras da Gautama e a contabilidade paralela.

A PF já manifestou, porém, cautela na avaliação dos documentos, a fim de evitar expor nomes de políticos registrados pela Gautama, mas que não estariam envolvidos no suposto esquema de desvio de verba.

Na relação apreendida estariam relacionados mais de 30 funcionários públicos que teriam recebido "pequenos agrados" como gravatas e perfumes. Os presentes de maior valor atingiriam R$ 700. O código de conduta do funcionalismo público impede receber presentes acima de R$ 100. A pena é uma advertência. O valor das propinas somaria R$ 2,1 milhões.

Os documentos, boa parte apreendida em Salvador, na sede da Gautama, chegaram à sede da PF em Brasília no sábado à noite. Ontem, 20 agentes foram escalados para analisar a papelada, o que estava previsto para acontecer a partir de hoje.

Um dos senadores citados na documentação é Delcídio Amaral (PT-MS). A PF chegou a seu nome por meio das gravações telefônicas de Zuleido Veras.

Em uma delas, Luiz Gonzaga Salomon, amigo de Delcídio, pede ajuda a Zuleido para quitar dívida de R$ 24 mil do senador referente ao aluguel de um jatinho. Depois, ao analisar papéis da Gautama, a PF encontrou nota fiscal com a anotação do nome do petista e a referência aos R$ 24 mil e ao aluguel.

Delcídio reconheceu a dívida e o pedido do avião, para viajar a Barreto (SP) para o enterro do sogro. "Não existe a possibilidade de eu ter pedido o avião a Zuleido. Eu pedi ajuda ao Luiz Gonzaga, mas não sei o que ele fez depois."





Fonte: Folha de S.Paulo

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