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Internacional
Sexta - 11 de Maio de 2007 às 23:15
Por: Karina Grazina

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Como um dos maiores produtores agrícolas mundiais, a Argentina deveria ter um papel de protagonista na crescente indústria dos biocombustíveis, mas o setor agropecuário reclama que o país não está conseguindo atrair investidores.

Enquanto isso, bilhões de dólares aterrissam em diferentes lugares do mundo para a construção de usinas dedicadas à produção de bioetanol e biodiesel a partir de cultivos como cana de açúcar, milho e soja.

"Sinto que o que está faltando por um lado são projetos relativamente ambiciosos, falo de ambiciosos em massa", disse Julio Gutiérrez, presidente de uma ONG que organizou um seminário sobre biocombustíveis de dois dias na Argentina, encerrado na sexta-feira.

Os biocombustíveis, elaborados com óleos vegetais, são vistos cada vez mais como uma real alternativa mais limpa e renovável que os combustíveis fósseis.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja e o terceiro produtor e fornecedor de grãos da oleaginosa, depois dos Estados Unidos e do Brasil.

Com a expectativa de impulsionar a produção de biocombustíveis, a Argentina criou benefícios fiscais para as empresas que investirem no setor.

O Congresso aprovou no ano passado uma lei que dispõe que a partir de 2010 se deverá incluir pelo menos 5 por cento de biodiesel em todo o diesel utilizado no país, um percentual igual ao de etanol na gasolina.

Mas poucos planos de investimentos apareceram até agora, enquanto no Brasil, que tem o mercado de biocombustíveis mais avançado do mundo, empresas italianas se comprometeram em investir cerca de 480 milhões de dólares para construir usinas de biodiesel.

"Este é um país tão dependente do Estado que talvez seja preciso que o Estado acompanhe um pouquinho mais", disse Gutiérrez.

TENTANDO AVANÇAR

Alguns produtores argentinos ainda não conseguem se decidir entre dedicar as terras à produção de alimentos ou satisfazer a demanda por biocombustíveis, disse Beatriz Nofal, diretora da Agência Nacional de Desenvolvimento de Investimentos.

Há pelo menos cinco usinas de biodiesel em processo de construção no país, com uma capacidade total de produção estimada em 1 milhão de toneladas.

Entre os investidores estão os grupos locais Aceitera General Deheza (AGD), Vicentin e Molinos Río de la Plata, além das multinacionais Bunge Ltd., Glencore International AG, Cargill e Louis Dreyfus.




Fonte: Reuters

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