Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica Brasil
Domingo - 29 de Abril de 2007 às 22:31

    Imprimir


O senador Jaime Campos, do DEM, disse que vai representar contra o juiz da Primeira Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, que encaminhou processo ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual o parlamentar democrata é acusado de praticar tráfico de influência e atender interesses da quadrilha presa na Operação Lacraia.

"Não conheço ninguém do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e nunca pratiquei tráfico de influência em favor de quem quer que seja", declarou Campos, enquanto assisitia, seu próprio discurso, feito no Senado, que foi retransmitido pela TV Assembléia a pedido do próprio senador.

"As representações de Campos" serão ajuizadas na Corregedoria da Justiça Federal em Mato Grosso e no Conselho Nacional de Justiça. "Meus advogados recomendaram essas representações apenas contra o juiz", declarou Campos, para o Olhar Direto, observando que, em princípio, não tem intenção de representar contra o procurador da República, responsável pelo caso, Mário Lúcio Avelar. "Por enquanto, vamos representar somente contra o juiz", esclareceu.

Transcrições de conversas telefônicas travadas entre as investigadas pela Polícia Federal, Lucélia Barros Lopes Parreira e Maria de Lourdes Dias Guimarães, demonstraram que Campos “teria patrocinado interesses da organização criminosa e da cartorária de Barra do Garças, Helena Jacarandá, junto ao STJ. Há suspeitas também que Campos tenha interferido pela cartorária em esfera estadual.

A Justiça decretou a prisão temporária de Helena Jacarandá, ex-titular do Cartório de Registro de Imóveis em Barra do Garças (a 516 quilômetros de Cuiabá), e de outras 32 pessoas acusadas de fraudes em cartórios, grilagem de terras da União, crime contra o sistema financeiro e corrupção de servidores públicos, na Operação Lacraia. O TRF manteve, na sexta-feira, a prisão da cartorária. O grupo falsificava e forjava registros e títulos de propriedades rurais, que posteriormente eram usados para a obtenção de empréstimos e financiamentos bancários.

O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, encaminhou os autos da investigação (cópia da transcrição e respectivo áudio) ao STF porque Campos tem foro privilegiado. Conforme os diálogos, Jaime Campos seria “o político forte que teria conseguido restabelecer a investigada Helena Jacarandá à frente do Cartório de Registro de Imóveis, a partir de sua influência junto ao Superior Tribunal de Justiça”.

No diálogo, colhido pela Polícia Federal, que compromete o parlamentar, Lucélia responde a uma pergunta, interrompida, “qual será o político forte que...?”. Na seqüência Lourdes diz: “Ahn?”. “O Jaime Campos, que ele é senador. Ele é senador agora, né? Aí, ele que conseguiu”, conclui Lucélia, ex-funcionária do cartório. Conforme as investigações, Lucélia atuava diretamente com Helena Jacarandá.

Ao Olhar Direto, Jaime Campos admitiu conhecer Helena Jacarandá. “Sei que é de uma família tradicional. Conheço a Helena, mas não tenho intimidade com ela. Não sei nem o caminho do STJ”, disse, acrescentando que não conhece Lucélia Parreira e Lourdes Guimarães. “Nunca ouvi falar delas”, complementou. Questionado sobre os outros acusados, ele disse que não teve acesso à lista de presos durante a Operação Lacraia. "Não vou deixar passar isso em branco. Vou consultar os advogados do Senado para representar contra os responsáveis pela divulgação desse material. Não podem jogar minha honra fora", criticou.





Fonte: Olhar Direto

Comentários

Deixe seu Comentário