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Meio Ambiente
Domingo - 29 de Abril de 2007 às 09:47

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Os cientistas podem determinar a cor da vida vegetal extraterrestre, quando estudam planetas distantes, de acordo com um par de estudos recentes.

Os pesquisadores desenvolveram uma forma de analisar a luz emitida pelo sol que ilumina um determinado planeta, e determinar o volume de luz que interage com os diferentes produtos químicos presentes na atmosfera.

Isso ofereceria aos cientistas uma idéia sobre os comprimentos de onda, ou cores, da luz que chega à superfície de um planeta.

Na Terra, a luz vermelha é a mais abundante, enquanto a azul é a mais energética, ou útil para as plantas. Por isso, as plantas tendem a absorver os raios de luz dessas duas cores e a refletir a luz verde, que lhes é menos útil, disse Nancy Kiang, bióloga que trabalha no Instituto Goddard de Estudos Espaciais, em Nova York, uma instituição subordinada à Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa) norte-americana.

Mas outros astros podem emitir luz em diferentes comprimentos de onda, e seus planetas podem conter produtos químicos diferentes em suas atmosferas, ela explica. De modo que as cores predominantes da luz que chega à superfície podem ser diferentes das terrestres.

Isso significa que em planetas distantes pode teoricamente existir plantas vermelhas, amarelas ou azuis.

"Nós na verdade estamos prevendo teoricamente quais são os pigmentos que absorvem, mas é possível conjecturar sobre a gama de cores que elas terminariam por refletir, já que não as estão absorvendo", disse Kiang.

Kiang e seus colegas usaram modelos de computador para desenvolver seu método de estudo da luz em planetas distantes. Dois estudos correlatos sobre esse processo serão publicados na edição de março da revista científica ¿Astrobiology¿.

Os modelos simulam diferentes tipos de luz emitidos por astros que são mais quentes e mais frios do que o Sol. Os modelos depois ponderam de que maneira aquela luz interagiria com a química de um planeta, que volume de luz chegaria ao solo, como as plantas usariam essa luz, e outras variáveis.

Victoria Meadows, uma das co-autoras dos estudos, é astrobióloga no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, e diz que a pesquisa ajudará cientistas a detectar vida em planetas distantes do Sistema Solar.

A fotossíntese, processo empregado pelas plantas para transformar a luz em açúcar, produz sinais de vida detectáveis em escala planetária, ela afirma.

Na terra, a fotossíntese é responsável pela presença de oxigênio e ozônio na atmosfera. O mesmo pode se aplicar a outros planetas, ela disse.

"O oxigênio e ozônio da Terra podem ser vistos do espaço. Podem ser vistos de uma distância muito grande, de modo que são um bom indicador a utilizar (na procura de vida extraterrestre)", disse Meadows.

"Não é só o fato de que acreditamos que a fotossíntese seja bastante provável caso exista vida na superfície, mas os sinais de fotossíntese são também bastante fáceis de detectar", ela acrescentou.

A nova pesquisa, segundo os autores, orientará o desenvolvimento de futuros telescópios que serão usados para detectar planetas de tamanho semelhante ao da Terra, em zonas habitáveis de sistemas solares distantes. Isso ajudará os cientistas a compreender se esse tipo de planeta é comum.

Os cientistas esperam que futuros telescópios espaciais, como o Localizador de Planetas Terrestres, proposto pela Nasa, e o Darwin, da Agência Espacial Européia, sejam capazes de localizar e estudar planetas em sistemas vizinhos ao nosso.

Os telescópios permitirão que os cientistas determinem de que é feita a superfície de um dado planeta, e que produtos químicos estão presentes em sua atmosfera.

Essa informação, combinada a dados sobre o comprimento de onda da luz da estrela mãe do planeta, permitirá que os cientistas estimem de que cor é a luz que as plantas do planeta usam para sua fotossíntese, e que cores elas refletem.

"Essa é a relevância de nosso trabalho", disse Meadows.





Fonte: National Geographic

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