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Politica Brasil
Terça - 24 de Abril de 2007 às 07:08
Por: Catarine Piccioni

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Um diálogo travado entre a ex-tabeliã Helena da Costa Jacarandá e a assessora parlamentar Christine da Costa Jacarandá confirma a intimidade de ambas com o senador Jaime Campos (DEM), acusado de praticar tráfico de influência, junto ao Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para restabelecer Helena à frente do Cartório de Registros de Imóveis de Barra do Garças (a 516 quilômetros de Cuiabá). Ela está presa desde a última sexta-feira, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lacraia.

Conforme o Olhar Direto divulgou em primeira mão, Christine é assessora do gabinete de Campos. A mãe dela, Helena Jacarandá, está presa sob a acusação de liderar um esquema de grilagem de terras, corrupção de servidores públicos, crimes contra o sistema financeiro nacional e fraudes cartorárias.

Em telefonema feito do próprio gabinete do senador, a filha relata à mãe uma conversa, ocorrida no mesmo local, em que o parlamentar fala sobre a arrecadação do cartório, inclusive na presença de outras pessoas.

“Eu falei com o senador hoje. Ele falou: 'sua mãe voltou?' Voltou. Ele disse ‘que maravilha, fala pra ela que eu mandei um abraço’. Aí com todo mundo aqui, ele disse ‘sabe quanto a mãe dela arrecada lá no cartório? R$ 200 mil’. Seu senador! Faz isso comigo não. Não é tudo isso não”, consta de um trecho da fala da filha, grampeada com autorização da Justiça Federal. Ainda segundo o relato de Christine, o democrata perguntou: “quer que eu te dê um cálculo?”. “Aí (ele) parou um segundinho assim (e Campos disse)... ‘R$ 150, R$ 150, eu já falei pra ela’”.

Conforme a transcrição, Christine disse na seqüência: “Eu falei pra ele: então ela (Helena) tá me enganando senador (risos), ela não me conta isso não”. “’Cheguei lá naquele dia da campanha, aí tava lá o pessoal de Primavera, aquele povo...é R$ 2 mil cada um (risos) e ele falou (isso) na frente de todo mundo. Aí mandou um abraço pra senhora”, finalizou.

Trata-se do segundo diálogo em que aparece o nome de Jaime Campos. O primeiro é entre Lucélia Barros Lopes Parreira (corretora de imóveis) e Maria de Lourdes Dias Guimarães (ex-funcionária do cartório) demonstrando que Campos “teria patrocinado interesses da organização criminosa e de Helena Jacarandá junto ao STJ”.

O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, decidiu encaminhar os autos da investigação (cópia da transcrições e respectivos áudios) ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque Campos tem foro privilegiado.

A reportagem tentou contatar novamente o senador, mas um assessor informou que ele está em uma reunião. Em entrevista ao Olhar Direto ontem, Jaime Campos voltou a negar qualquer envolvimento com o esquema, que é investigado há nove meses.





Fonte: Olhar Direto

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