Filha de presa em Operação Lacraia é assessora de Jaime Campos
O Ministério Público Federal em Mato Grosso suspeita que o senador (foto) tenha praticado tráfico de influência, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tentativa de restabelecer Helena Jacarandá à frente do Cartório de Registros de Imóveis de Barra do Garças (a 516 quilômetros de Cuiabá).
A exemplo da entrevista concedida na última sexta-feira, quando a Justiça Federal encaminhou os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a instituição investigue o suposto envolvimento de Jaime Campos, o parlamentar reafirmou hoje que conhece Helena Jacarandá, mas negou ter qualquer vínculo com ela. Segundo ele, Christine Jacarandá trabalha em seu gabinete a pedido da ex-deputada federal Celcita Pinheiro e do senador Jonas Pinheiro, ambos do DEM.
“Ela (Christine) deve estar lá (gabinete) há 60 dias. Nem eu sei quem é ela. Tenho mais de 20 funcionários (lotados no gabinete). E qual o problema da moça trabalhar lá? É uma pobre coitada. Atendi a um pedido da Celcita e do Jonas”, afirmou Campos, cujo nome apareceu em transcrições de conversas telefônicas entre as investigadas Lucélia Barros Lopes Parreira (corretora de imóveis) e Maria de Lourdes Dias Guimarães (ex-funcionária do cartório), que também estão presas.
No diálogo, colhido pela Polícia Federal, Maria de Lourdes diz: "Qual será que foi o político forte que...? (interrompida)", "O Júlio Campos", diz Lucélia. "Ahn?", fala Maria de Lourdes. "O Jaime Campos, que ele é senador. (...) Ele que conseguiu", conclui Lucélia.
“Esse assunto não tem fundamento e está superado. Não conheço essas pessoas. Ainda nem conversei e não vou conversar com advogados porque não estou nem aí. Essa história não existe. Fiquei sabendo que estão investigando isso há nove meses. Eu nem era senador. Nunca fui ao STJ”, argumentou Campos, acrescentando que pretende fazer um pronunciamento nesta semana no Senado em referência à acusação.
A reportagem ligou para Christine Jacarandá, mas ela desligou o telefone antes do fim da primeira pergunta e não atendeu mais nenhum dos outros celulares. Ela é parente do deputado estadual Humberto Bosaipo (DEM).
Quadrilha -- O grupo é acusado de falsificar e forjar registros e títulos de propriedades rurais, que posteriormente eram usados para a obtenção de empréstimos e financiamentos bancários. No total, 32 pessoas foram presas na sexta. A investigação começou com a denúncia de um suposto esquema de fraudes que funcionava no cartório em Barra do Garças, além dos cartórios de Água Boa (MT) e Baliza (GO), entre outros.
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