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Nacional
Domingo - 22 de Abril de 2007 às 13:15

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Reportagem (só para assinantes) publicada na edição deste domingo da Folha de S.Paulo revela que relatórios do serviço de inteligência da PF (Polícia Federal) incluídos na Operação Têmis mencionam diálogos que teriam sido mantidos entre a juíza federal Maria Cristina Barongeno Cukierkorn, da 23ª Vara Cível, e advogados, aparentemente tratando de decisões judiciais de interesse de bingos e de empresas privadas.

A operação contra uma suposta quadrilha que negociava a venda de decisões judiciais na Justiça Federal, em São Paulo, foi deflagrada sexta-feira (20). As ofensivas incluíram uma busca nos gabinetes de três desembargadores no Tribunal Regional Federal, em São Paulo. De acordo com a reportagem, a PF afirma que donos de bingos e empresários pagavam de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês para magistrados por decisões favoráveis a seus interesses.

Conforme o relatório obtido pela reportagem, "as diversas conversas (...) revelam negociações diretas entre a juíza [Maria Cristina] e Pardo [advogado Luiz Roberto Pardo] sobre o teor da sentença que autorizará o funcionamento dos diversos bingos autores da ação". Pardo é citado pela Polícia Federal como intermediário de bingos para obter decisões judiciais de interesse de clientes.

Segundo a reportagem, a desembargadora Alda Basto é citada em alguns relatórios.

"Entre os casos identificados pelo Ministério Público Federal, há um processo de interesse da CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo). Conversas entre advogados fazem menção à desembargadora. A CBTE impetrara mandado de segurança que tramitou na 12ª Vara Cível, tendo obtido decisão favorável. A União apelou, e esse processo ainda se encontrava pendente de julgamento na data do relatório da PF."

Os diálogos envolvem ainda um pedido da Golden Bingo, de Florianópolis, que teria sido deferido pela desembargadora em dezembro; a concessão, atribuída a Alda Basto, de decisão favorável à Parmalat; uma decisão do desembargador Nery Júnior que teria beneficiado uma empresa denominada de Companhia Comercial OMB (no código usado nos diálogos, 'o caso Ó'); e uma ação que tramitava na vara da juíza Maria Cristina Barongeno Cukierkorn de interesse do Frigorífico Margem Ltda.





Fonte: Folha Online

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