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Nacional
Sábado - 21 de Abril de 2007 às 17:02

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No mês que vem, ministros da área econômica de países árabes e sul-americanos reúnem-se em Marrocos, região mediterrânea da África. Já os ministros da área social têm encontro marcado no Egito. Em julho, será a vez de altos funcionários dos governos das duas regiões reunirem-se na Bolívia. Conferência de chanceleres acontecerá em novembro, na Argentina. Os eventos fazem parte da agenda de seguimento da 1ª Cúpula América do Sul – Países Árabes que reuniu em Brasília, em maio de 2005, 34 países – 12 nações sul-americanas e os 22 países que integram a Liga Árabe.

Também em maio, em paralelo às atividades de governo, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) promovem missão empresarial ao Marrocos, Tunísia e Egito. Durante a viagem serão realizados encontros com entidades setoriais dos três países, visitas técnicas e rodadas de negócios.

No setor cultural, está para ser lançado o primeiro livro editado pela biblioteca América do Sul-Países Árabes, um diário de viagem de Iman Abdul Rahman Bin Abdullah Al Baghdadi, escrito no século XIX durante estada de três anos ao Brasil. A obra foi traduzida para o português por Paulo Farah, professor da Universidade de São Paulo (USP).

A aproximação entre sul- americanos e árabes regiões vem crescendo desde os preparativos para a primeira Cúpula, em 2003, com resultados práticos nas relações comerciais e perspectivas crescentes de cooperação em diversas áreas. Tanto que a 2ª Cúpula América do Sul-Países Árabes já tem data e lugar marcados: 2008, no Marrocos.

Em entrevista à Agência Brasil, o ministro Ánuar Nahes, coordenador do Seguimento da Cúpula América do Sul-Países Árabes no Ministério das Relações Exteriores, conta que o Brasil está na liderança desse processo pelo lado sul-americano e revela que a idéia da Cúpula surgiu de uma conversa entre o presidente Lula, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. “Foi idéia do próprio presidente”, garante.

“O mundo árabe não é estranho para a gente. Temos uma herança na península ibérica, temos milhares de palavras de origem árabe na língua portuguesa. Também temos uma brutal imigração árabe para o Brasil, estima-se que entre os árabes e seus descendentes haja 12 milhões de pessoas no Brasil. Isso acontece na América do Sul inteira”, diz o ministro. “Era um pouco descabido que dois blocos, com tanta coisa em comum, como a América do Sul e o mundo árabe, não tivessem laços mais profundos, um diálogo mais regular”, avalia.

Embora entusiasmado com os avanços desde então, o representante do Itamaraty faz um balanço realista da aproximação bi-regional. “Desde o primeiro momento, os dois blocos tinham plena consciência de que cada um tinha suas prioridades. Nossa prioridade é a integração da América do Sul. A prioridade dos árabes é a integração do mundo árabe, as relações com a Europa. Essa aproximação foi feita com profundo realismo. Por enquanto não somos prioridade um do outro”.





Fonte: Agência Brasil

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