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Sexta - 20 de Abril de 2007 às 08:02

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A Polícia Federal desencadeou nesta sexta-feira a Operação Lacraia para desarticular uma quadrilha acusada de fraudes em cartórios, grilagem de terras da União, crime contra o sistema financeiro e corrupção de servidores públicos. Cerca de 200 homens cumprem 33 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão em Mato Grosso, Goiás e São Paulo.

Iniciada há nove meses, a investigação apontou para a existência de um esquema de fraudes que funcionava dentro do Cartório do 1º. Ofício de Registro de Imóveis, Notas e Protestos de Barra do Garças (a 516 quilômetros de Cuiabá), além dos cartórios de Água Boa (MT) e Baliza (GO), entre outros. Atuante há dez anos, o grupo falsificava e forjava registros e títulos de propriedades rurais, que posteriormente eram usados na obtenção de empréstimos e financiamentos bancários.

Com a colaboração de tabeliães e funcionários dos cartórios, a quadrilha alterava documentos originais, confeccionava registros falsos e duplicava lavraturas. Os fraudadores também utilizavam scanners para copiar assinaturas de terceiros nos documentos. Depois de prontos, os papéis eram envelhecidos em fornos microondas. Em média, cada documento era negociado por R$ 5 mil e, em alguns casos, alcançava o valor de R$ 40 mil. Os pagamentos eram feitos por meio de depósitos em contas de laranjas, com a finalidade de dificultar o rastreio.

As escrituras das terras, que pertenciam à União ou não existiam fisicamente, serviam de garantia na obtenção dos empréstimos bancários. Em uma das fraudes, além do registro falso da fazenda, a quadrilha obteve certidões que comprovariam a produtividade da área.

A operação acontece em duas cidades de Mato Grosso (Barra do Garças e Água Boa), três de Goiás (Aragarças, Baliza e Jataí) e duas de São Paulo (Mirante do Paranapanema e São José do Rio Preto). A Justiça Federal autorizou também o afastamento do sigilo bancário e fiscal e o seqüestro de bens (carros, contas, jóias, dinheiro em espécie) dos suspeitos.

Entre os presos está uma servidora do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ela era responsável pela emissão de Certificados de Cadastro de Imóvel Rural, que também constam da lista de papéis usados pela quadrilha.





Fonte: Olhar Direto

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