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Nacional
Sexta - 13 de Abril de 2007 às 20:57

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta sexta-feira, durante reunião com líderes do governo no Congresso, que a instalação da CPI do Apagão Aéreo no Senado Federal poderá prejudicar a votação das matérias prioritárias para o Executivo --entre elas as do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a CPI pode acirrar a disputa entre a base aliada e a oposição com reflexo nas votações.

"É claro que uma CPI atrapalha todas as votações no Congresso. O governo não gosta de ter CPI para perturbar o trâmite de votação do PAC no Senado. Além do PAC, temos muitas outras matérias para votar", disse Jucá.

O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), também admitiu que a CPI atrapalha os trabalhos do Executivo. "Uma CPI é ruim, duas são piores. (...) O problema não é o foco da CPI, é o palanque. É por isso que em São Paulo o governo luta para não instalar. Procurem saber se em Minas [Gerais] tem alguma. O Executivo sabe que a CPI atrapalha", afirmou.

Em meio às articulações da base aliada para barrar a CPI no Senado, os líderes negaram que o governo esteja trabalhando para impedir que a comissão seja instalada. "O governo não vai interferir nesse processo. O governo não quer CPI como qualquer governo não quer CPI, seja ele federal, estadual ou municipal. Mas o governo não vai interferir de nenhuma forma, não vai fazer nenhum tipo de manobra. O Congresso é que vai definir se vai ter", disse Jucá.

Apesar de Lula ser contrário à CPI, Jucá reiterou que o governo federal não teme as investigações da comissão. "O governo não tem medo de CPI. É claro que ela atrapalha todas as votações no Congresso. Mas não é o governo quem pauta CPI", afirmou.

Além de Jucá e Múcio, a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA), também se reuniu com o presidente nesta sexta-feira para discutir a instalação da CPI e fazer um balanço semanal das votações do Congresso.

Assinaturas

O governo está preocupado com a possibilidade de o Senado investigar a crise aérea ao mesmo tempo que a Câmara. A oposição no Senado já conseguiu reunir as 27 assinaturas necessárias para apresentar o pedido de instalação da CPI. Na Câmara, os oposicionistas esperam decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para que a comissão seja instalada.

Nos bastidores, os líderes governistas trabalham para impedir a instalação da CPI no Senado. Como a oposição tem número suficiente para eleger os principais dirigentes da comissão no Senado, os governistas já admitem instalar a CPI na Câmara para evitar a dupla investigação.

Os aliados trabalham com a hipótese de instalar a CPI na Câmara antes da decisão do STF para evitar que os senadores instalem a sua própria comissão --embora oficialmente neguem essa versão.

"A base aliada na Câmara é maior, mas CPI é ruim em qualquer lugar", disse Múcio.





Fonte: Folha Online

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