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Politica Brasil
Sexta - 13 de Abril de 2007 às 11:27

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Líderes governistas devem dar continuidade nesta sexta (13) à estratégia de instalar na Câmara a CPI do Apagão Aéreo. A idéia é começar a investigação na Casa antes mesmo da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), evitando a instalação da comissão no Senado, onde a oposição ao governo é mais forte.

A operação teve início nesta quinta (12), depois que a oposição no Senado anunciou já ter as assinaturas necessárias para instalar a CPI. Segundo a "Agência Estado", o líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE) procurou líderes de oposição em busca de acordo para evitar a dupla investigação.

Para que uma CPI seja criada no Senado são necessárias, pelo menos, 27 assinaturas dos 81 senadores. A assessoria do líder do DEM (antigo PFL), José Agripino (RN), informou que ele já conseguiu obter essa quantidade.

O senador não revela os nomes dos senadores que assinaram o pedido, mas afirma ter parlamentares de partidos aliados do governo, como PDT e PMDB.

Mesmo com as assinaturas, a oposição no Senado pretende esperar até semana que vem para apresentar o requerimento à mesa diretora da Casa.

A espera é motivada por dois fatores: 1) a oposição ainda acredita num possível acordo na Câmara por uma instalação de CPI pelos deputados, que tiveram a iniciativa de criá-la; 2) quer coletar mais assinaturas nos próximos dias e evitar que uma eventual retirada de alguns senadores coloque em risco o requerimento.

Senadores foram avisados por colegas da Câmara de que há alguma chance de acordo com a base do governo para instalar uma CPI pelos deputados antes da decisão do STF, que decidirá sobre o pedido que a oposição fez para anular o arquivamento da CPI na Câmara. A expectativa é que o Supremo se manifeste somente depois do dia 23 deste mês.

Más lembranças

Para a oposição, a coleta de assinaturas no Senado pode pressionar deputados da base governista a aceitarem uma investigação na Câmara.

O governo, por exemplo, não tem boas lembranças da CPI dos Bingos, feita pelos senadores, que investigou no ano passado desde bingos até o suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto, o que acabou derrubando o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Agora, senadores do DEM (antigo PFL) e do PSDB adotaram o discurso de que recuarão, desde que os deputados, que tiveram a iniciativa de criar uma CPI, peçam para que eles desistam de investigar a crise aérea.

E, para isso, a oposição no Senado quer esperar até quarta-feira antes de apresentar o requerimento de criação da CPI.

"Só há uma hipótese de essa CPI no Senado não acontecer: um pedido dos deputados, que tiveram a iniciativa, para que retiremos o requerimento", diz Agripino.

Renan rejeita

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a repetir nesta quinta que é contra CPI no Senado.

"A CPI é um direito da minoria. Mas a Casa não quer CPI. Temos coisas importantes para serem votadas. Espero que o bom senso prevaleça", disse, reafirmando, porém, que vai cumprir o regimento se o requerimento for apresentado.





Fonte: G1

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