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Politica Brasil
Sábado - 07 de Abril de 2007 às 14:07

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A disputa por cargos federais divide o PT e envolve o PMDB na briga pelo controle do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), que é o órgão mais importante da União em Mato Grosso do Sul. O governador André Puccinelli (PMDB) sondou alguns parlamentares para manter o ex-governador Marcelo Miranda (PR, antigo PL) no cargo. Ele encontrou resistência do senador Delcídio do Amaral e do deputado federal Antônio Carlos Biffi. Os dois nem sequer são recebidos por Marcelo para discutir os problemas de rodovias no Estado. Biffi alegou que nunca foi convidado para participar de inauguração de obras.

Quem não tem do que reclamar é o deputado federal Vander Loubet, um petista que mantém estreito relacionamento com o atual dirigente do DNIT. "Não tenho nenhuma queixa de Marcelo. Pelo trabalho que ele vem fazendo, defendo a permanência dele no cargo. O Marcelo é engenheiro, entende do assunto, está realizando um bom trabalho. Mato Grosso do Sul é o segundo ou terceiro Estado com maior volume de investimento nas rodovias federais", comentou Vander, em Brasília. Para Vander, por questão de coerência partidária, a tendência é de Marcelo permanecer no DNIT. "Não há razão para trocá-lo, até porque o seu partido, o PR, é que comanda o Ministério dos Transportes", observou o parlamentar.

Ao contrário de Vander, Biffi defende com afinco a queda de Marcelo Miranda. Avalia que, sem representatividade na bancada federal, o PR perde a força para manter alguém no comando de um cargo tão importante e cobiçado. "Defendo que o PT tem que correr atrás do DNIT", disse Biffi, que, no entanto, não se lembrou de nenhum nome como alternativa de substituição.

O petista teceu críticas ao relacionamento de Marcelo com a bancada e fez um desabafo. "O Marcelo deixa a desejar na relação com a bancada. Ele não dialoga. Eu mesmo nunca fui convidado para uma inauguração", reclamou.

O deputado federal Nelson Trad (PMDB) lembrou que Biffi quebrou um acordo de que a discussão de cargos seria feita apenas entre a bancada para não incentivar "esta guerra e nem dar um aspecto fisiológico" às negociações. "Creio que o Biffi tem alguma razão ou mágoa para ter dito isto", disse Trad.

Classificando-se como um dos "mais cáusticos e agressivos opositores" a Marcelo Miranda quando este último governava Mato Grosso do Sul, Trad disse que usa o argumento da "disciplina partidária" para manter a neutralidade quanto à permanência do ex-governador no DNIT. "Me reservo o direito de seguir a orientação do partido. Não vou me manifestar pela continuidade ou defenestramento do Marcelo. Meu silêncio nestes anos todos vai permanecer".

Ameaça

Esta semana, os parlamentares passaram fazendo contatos sobre o preenchimento dos cargos federais em Mato Grosso do Sul. A ameaça do governador André Puccinelli (PMDB) de vetar nomes que não aprovar não foi bem recebida pelos parlamentares petistas. "O governador não tem poder de veto", avisou Delcídio, lembrando que André pode sugerir e dar palpites, nunca vetar, porque os cargos federais são da bancada federal que dá apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não uma exclusividade do governador.

Na próxima terça-feira, André Puccinelli pretende reunir a bancada federal para discutir o preenchimento dos cargos. Ele sabe da resistência de parlamentares a uma de suas propostas, como, por exemplo, a de abrir espaço para o PSDB e PPS. Mas acha que conseguirá impor a sua vontade.





Fonte: Correio do Estado

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