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Cidades/Geral
Sábado - 10 de Março de 2007 às 20:25

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Autoridades de Juruena, região Noroeste de Mato Grosso, (762 quilômetros de Cuiabá) contestam número de homicídios obtidos pela pesquisa nacional Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e Cultura (OEI). A pesquisa apontou que a cidade tem a 2º maior taxa de mortalidade no país, atrás apenas de Colniza. Na opinião das autoridades e levantamentos locais, a pesquisa apresenta erro de localização e dados defasados.

De acordo com o comandante do Núcleo da Polícia Militar no município, cabo João Luciano da Silva, a pesquisa cometeu um grande equívoco quando considerou as mortes ocorridas na região do garimpo de Juruena como sendo índices pertencentes ao município.

"O garimpo de Juruena, apesar do nome, fica à 200 quilômetros da cidade, fora do território do município, entre as cidades vizinhas de Nova Bandeirantes e Cotriguaçu. Ficou conhecido como se pertencesse ao município em função do acesso. Juruena era caminho de quem queria chegar ao garimpo", esclarece.

Registros

Conforme os registros do Núcleo da Polícia Militar do município, durante todo o ano de 2005 ocorreram seis assassinatos, sendo três na zona urbana e três na zona rural. No ano passado oito pessoas foram mortas, três na zona urbana e cinco na rural. Outras ocorrências, referentes a mortes naturais, acidentes de trabalho, acidentes de trânsito e até suicídio, somam 14 nos dois anos.

Conforme análise do comandante do Núcleo da PM, os números refletem índices considerados baixos para uma cidade com mais de 14 mil habitantes. "Está dentro da normalidade para qualquer cidade com as mesmas características. Se analisarmos que temos vários assentamentos, ou seja, muitas comunidades rurais afastadas, estes dados são até pequenos", disse ele.

Informações defasadas

O prefeito de Juruena, Bernardinho Crozetta, considerou que a pesquisa, realizada com base nos dados de 1994 a 2004, apresenta informações defasadas, que não refletem mais a realidade vivida.

Segundo ele, a década de 90 foi justamente o período marcado pelos primeiros conflitos de terras e pela chegada do garimpo. "Os conflitos agrários historicamente têm ligação com mortes por assassinatos. Já o garimpo trazia junto todo tipo de incentivadores da violência como o tráfico e a prostituição", explica.

Ele diz que o garimpo de Juruena foi desativado totalmente no início de 2005. "Mas há muito tempo não apresentava mais a mesma movimentação de antes. No começo chegou a ter 5 mil pessoas trabalhando e vivendo dele", conta o prefeito.

Com o fim do garimpo, os índices de violência diminuíram consideravelmente. Quando a pesquisa afirma que "os índices continuam aumentando no interior dos estados" não está correspondendo a realidade que vivida no município. "Juruena é uma cidade próspera, com baixas ocorrências de violência", contesta Crozetta.

Atração de indústrias

O prefeito lembra que o município é referência para a região Noroeste, tanto pela localização centralizada como por oferecer boa qualidade nos serviços prestados à população em importantes áreas como a Saúde. Com o declínio da atividade garimpeira, a economia local encontrou saída na pecuária e na extração da madeira, responsável por 50% da arrecadação municipal. Os assentamentos são responsáveis pela agricultura familiar.

Os incentivos fiscais oferecidos pelo poder público e o potencial do lugar têm atraído a chegada das indústrias. É o caso de um frigorífico bovino recém instalado e de uma indústria de Biodiesel. "Hoje não temos desemprego no município. Com a retomada da indústria madeireira e a chegada de novas empresas todos têm trabalho, o que contribui e muito para manter a violência controlada", concluiu





Fonte: RMT-Online

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