SP muda rotina para fugir do trânsito na visita de Bush

A chegada do presidente dos EUA, George W. Bush, ao Brasil mudou a rotina dos paulistanos ontem - alguns foram embora mais cedo do trabalho e outros viram a própria rua fechada, por motivos de segurança. Hoje, para evitar transtornos, os motoristas devem evitar o Morumbi, já que o presidente americano vai circular pelo bairro, onde está hospedado - no Hotel Hilton, entre a Marginal do Pinheiros e a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, próximo à Ponte do Morumbi.

À tarde, Bush deve visitar o projeto Meninos do Morumbi, perto da Avenida Francisco Morato. As avenidas Morumbi e Giovanni Gronchi podem ser interditadas para a passagem da comitiva. Bush também atravessará a cidade até Guarulhos, para uma visita à Transpetro, nas proximidades do aeroporto.

Por questões de segurança, o trajeto não será conhecido com antecedência. Se fizer o mesmo roteiro de ontem, quando chegou ao Aeroporto de Guarulhos e deslocou-se até o Hotel Hilton, o trânsito deve ficar complicado nas Avenidas Jornalista Roberto Marinho, 23 de Maio, Radial Leste, Salim Farah Maluf e na Rodovia Presidente Dutra. A comitiva poderá optar pela Avenida Tiradentes até a Marginal do Tietê ou, ainda, seguir pelas duas marginais.

O motorista deve evitar também a Vila Madalena e os Jardins, onde a primeira-dama Laura Bush visitará os projetos sociais Cidade Escola Aprendiz e Alfabetização Solidária. De manhã e no início da tarde, deve permanecer interditada a Rua Belmiro Braga, entre as ruas Cardeal Arcoverde e Inácio Pereira da Rocha. O mesmo deve ocorrer nas imediações das alamedas Pamplona e Itu.

Ontem, marronzinhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) percorreram casas nas imediações dos locais por onde o casal Bush passará, pedindo que os moradores retirassem seus carros das ruas até as 23 horas. Quem não obedecesse teria o veículo guinchado, segundo um agente da CET. Moradores da Rua Belmiro Braga, onde a primeira-dama vai almoçar, foram avisados de que não poderiam entrar nem sair de casa, entre as 11 e 14 horas.

Rush Antecipado

Ontem, antes mesmo de desembarcar, Bush já mudava a rotina de um dos principais centros empresariais de São Paulo. Vários escritórios da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin, dispensaram os funcionários entre 16 horas e 16h30. A avenida passa ao lado do Hilton e a idéia era evitar que a saída dos funcionários coincidisse com a chegada da comitiva.

O rush antecipado, porém, causou problemas para quem precisava pegar ônibus. Os pontos lotaram. “Já passaram alguns ônibus, mas não deu para entrar”, lamentou a copeira Cecília Teles, liberada às 16 horas, uma hora antes do normal. Hoje, foi dispensada do serviço.

Apesar de certa confusão no meio da tarde, o trânsito na região foi tranqüilo de dia. A CET fez bloqueios em sete ruas próximas ao hotel, mas não houve congestionamentos. Motoristas se queixaram da proibição do estacionamento nessas vias desde a manhã.

O único momento de mais lentidão ocorreu no meio tarde, por poucos minutos, quando o sentido bairro da Berrini foi bloqueado para a passagem de cerca de 30 carros da comitiva de Bush rumo ao Aeroporto de Guarulhos. Mais cedo, por volta das 13h30, o trânsito havia ficado complicado por causa da gravação de um quadro do programa humorístico Pânico na TV, satirizando Bush.

Os índices gerais de lentidão na cidade ontem ficaram abaixo da média durante toda a tarde. No entanto, houve problemas em regiões específicas, como a Avenida Paulista, foco de protestos. No Aeroporto de Guarulhos, houve congestionamento na chegada, filas no saguão e atraso na aterrissagem de alguns vôos. Segundo a Infraero, essa é a rotina do aeroporto no início da noite, com ou sem a chegada do Air Force One.