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Politica Brasil
Quinta - 08 de Março de 2007 às 13:18

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Uma megaoperação foi desencadeada na base do governo para fazer do Partido da República (PR) uma das quatro maiores legendas de apoio ao governo Lula da qual faz parte o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi. A articulação é ambiciosa: passa pelo oferecimento de cargos no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) - que cuida de obras de manutenção e construção de estradas -, postos em comissões temáticas da Câmara e até presidências regionais do partido.

No vale-tudo para anabolizar o PR, foram ofertados a um parlamentar R$ 32 milhões em emendas ao Orçamento da União deste ano. Foram assediados até o líder do governo, José Múcio (PTB-PE), e o provável futuro ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, que pretende deixar o PTB por divergências com o presidente da legenda, Roberto Jefferson (RJ).

Em um jantar em Brasília, após brindar a ida de Múcio para a liderança do governo na Câmara, Mares Guia comentou com um amigo que existe o convite para trocar de partido, mas ponderou que irá para a legenda indicada pelo presidente Lula.

Na liderança do PFL na Câmara, o desconforto com o assédio do PR levou a sigla a acompanhar de perto as razões do troca-troca. Desde o início da legislatura ocorreram 26 mudanças, e o PR foi a legenda que abocanhou a maior parte: do PFL tirou os deputados José Rocha (BA), Nelson Goetten (PR) e Tonha Magalhães (PR). A eles, além de espaço regional, teriam sido oferecidos postos no DNIT. O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) disse que, se for comprovada a participação do Ministério dos Transportes, pedirá a CPI do DNIT.

O ex-pefelista Rocha assegurou que não levou nenhuma vantagem e que só resolveu trocar de legenda como conseqüência do mau tratamento que recebia no PFL. "Não havia espaço, me senti discriminado e resolvi sair. O DNIT na Bahia já tem dono e eu não estou levando qualquer vantagem de cargos." Um assessor jurídico da deputada Tonha assegurou que ela não indicou ninguém para o DNIT, mas se declarou sem autorização para contar os motivos da troca. Procurado, Nelson Goetten não foi localizado.

"A mudança vai ser ainda maior. Nós vamos ter de 10 a 15 deputados do PFL", adiantou um cacique da base governista. Outros três deputados do PPS também migraram para o novo partido, antigo PL. São eles: Homero Pereira (MT), Lucenira Pimentel (AP) e Neilton Mulim (RJ). Homero contou que ingressou no PR junto com dezenas de outros políticos do PPS do seu Estado quando o governador Blairo Maggi (também ex-PPS) decidiu apoiar Lula. "Foi uma migração em massa. Nós acompanhamos o governador." Lucenira, por sua vez, teria dito que mudou de sigla em troca de vaga no DNIT. A reportagem deixou recado em seu gabinete, mas não teve retorno.

Já Neilton Mulim teria recebido proposta para ser vice-presidente do PR fluminense. O convite partiu do deputado Sandro Mattos, outro que deixou o PTB para assinar a ficha do PR, do qual é presidente no Rio. "Eu convidei o Neilton. Minha mudança tratei diretamente com o líder do PR, Luciano Castro."

Até ao ex-governador Albano Franco (PSDB-SE) foi sugerido que deixasse a oposição. Se aceitasse, levaria a presidência da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, que lhe foi negada pelo tucanato. Por enquanto, ele preferiu manter-se nas fileiras oposicionistas.





Fonte: Estadão

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