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Politica Brasil
Quinta - 08 de Março de 2007 às 08:54

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A participação da mulher no cenário político ainda está longe do ideal almejado no âmbito da ocupação de espaços públicos. Contudo, o caminho, mesmo que lento, tem levado a avanços reconhecidos para a classe feminina no país. Na avaliação sobre o ingresso da mulher na vida política, o analista político e professor-doutor Manoel Motta lembra que o “processo obedece a própria dinâmica e o próprio nível de organização das mulheres”.

“O processo é lento, mas ainda é recente. Estamos no caminho do aprendizado, já que há uma vinculação às políticas e à cultura. O parlamento ainda é predominado pela classe masculina”, disse. Segundo o analista político, os avanços também são demonstrados através das ações dos partidos políticos. Entretanto, o ingresso e a discussão do assunto no contexto escolar não produziriam melhores resultados.

“Não acho que essa questão fique melhor se for inserida no âmbito da escola. É um processo social de conquista. Estamos no caminho, mas o movimento vem ampliando seus espaços de participação. Nos últimos 60 anos há uma participação maior”, reiterou.

As mudanças neste cenário são mais visíveis se analisarmos, disse, do ponto de vista histórico. “Os direitos da mulher na vida política praticamente não existiam há 100 anos. Da década de 30 para cá, começou uma evolução. Com a Constituição de 1988 foi fixado um marco que vem de forma gradativa sendo construído”, acrescentou Motta.

O analista ressaltou a importância da implantação do sistema de cota que assegura 30% de participação da mulher na carreira política. “A questão da cota é importante para garantir pelo menos uma participação inicial. A cota, além de garantir espaço, incentiva o ingresso da mulher e acaba mobilizando a classe”, enfatizou.

Mesmo que a mulher não esteja utilizando todo o espaço assegurado pela legislação, o analista vislumbra um quadro otimista. “Estamos num estágio de aprendizado e evoluindo à medida que nos organizamos”, avaliou.

Segundo Motta, para melhorar esse contexto não apenas os partidos políticos, mas também a sociedade, tem o dever de ocupar mais espaço através da organização. “As mulheres devem ter consciência do papel que possuem ao representar a sociedade”, disse. (SF)





Fonte: Diário de Cuiabá

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