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Politica Brasil
Quinta - 08 de Março de 2007 às 07:40

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São Paulo - Em reação às críticas feitas anteontem pelo presidente dos EUA, George W. Bush, ao modelo 'bolivariano' e à ineficiência de estatais, funcionários do governo venezuelano negaram ontem que a administração de Hugo Chávez seja estatizante. Sob a condição de não ter a sua identidade revelada, um assessor do Palácio de Miraflores disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo que a definição mais precisa para qualificar o “governo bolivariano” seria a de “nacionalista”.

“O governo dos EUA tenta confundir a opinião pública internacional quando fala em estatizações na Venezuela”, disse o funcionário. “Não há aqui estatizações no sentido clássico. Há um processo de nacionalização, no qual o Estado venezuelano se tornará sócio majoritário em setores estratégicos, mediante indenização justa aos sócios minoritários. Chávez e o governo se comprometeram a respeitar o direito de propriedade e manterão esse compromisso.”

Na véspera, Bush havia afirmado, em entrevista na Casa Branca da qual o Estado participou, que o modelo estatizante de Chávez aumenta a pobreza e não traz desenvolvimento.

O assessor de Chávez acrescentou que o Estado venezuelano incentivará a “propriedade comunitária” - que, na prática, significa a transferência de bens “sociais”, como hospitais e escolas, para as “juntas comunais”. Essas juntas locais, formadas teoricamente por cidadãos comuns, terão seu poder fortalecido no mandato que Chávez assumiu após vencer a eleição de dezembro.

No que diz respeito ao setor petrolífero - responsável por mais de dois terços da receita venezuelana -, o funcionário chavista afirma que a iniciativa privada estrangeira continuará presente nas operações, que, no entanto, serão comandadas pela estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Ele afirma ainda que a PDVSA “é uma empresa muito mais dinâmica e economicamente viável do que era antes de Chávez chegar ao poder, quando não passava de um grande cabide de empregos para as dinastias da elite petroleira”.

Nenhum assessor do governo concordou em emitir opinião sobre a entrevista concedida por Bush, antes que o próprio Chávez o faça.

Repúdio

A Assembléia Nacional da Venezuela também reagiu e aprovou ontem uma moção de repúdio, na qual declara “não grata” a presença do presidente Bush na América Latina. “Repudiamos qualquer pretensão, mediante este périplo, de tentar isolar o governo da República Bolivariana da Venezuela e o presidente Hugo Chávez, pelo que convoca o povo a estar alerta e mobilizado ante as novas manobras do império.”

A idéia foi proposta pela deputada Autora Morales, do MVR, partido do governo. Ela alegou que a visita é uma ameaça à “vontade integracionista” de Chávez. Parlamentares chamaram Bush de “assassino”.

O documento avalia que o giro de Bush está “orientado a perturbar os avanços em matéria de integração econômica, social, cultural e científica” e representa uma ameaça à soberania dos países latinos.





Fonte: Agência Estado

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