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Nacional
Quarta - 07 de Março de 2007 às 16:26
Por: Angela Lacerda

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Mais de cem mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) bloquearam hoje, por três horas, a BR-101, no município de Gameleira, zona da mata sul do Estado de Pernambuco. Antes de interditar o tráfego com galhos, troncos e pneus, elas atearam fogo e arrancaram uma parte de plantação de cana-de-açúcar do Engenho São Gregório, nas margens da rodovia, pertencente à Usina Estreliana. No lugar da cana arrancada, plantaram sementes de feijão e milho, num ato de protesto contra o agronegócio e a monocultura da cana.

Segundo a coordenação do MST, o Engenho São Gregório havia sido desapropriado pelo Incra para fins de reforma agrária, mas o proprietário da usina recorreu à justiça e suspendeu o processo de assentamento de famílias ligadas ao MST. Na área, foi plantada cana-de-açúcar. O movimento reivindica, além do São Gregório, outros três engenhos pertencentes à Estreliana.

A BR-101 foi interditada pouco antes das 10 horas e liberada às 13 horas. A Polícia Rodoviária Federal desviou o trânsito de quem vinha no sentido Alagoas/Recife, a cerca de 15 quilômetros antes do bloqueio, orientando os veículos a pegarem a PE-60. No sentido Recife/Alagoas, o engarrafamento foi de aproximadamente dois quilômetros.

Fetape

Uma comissão de 15 representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape) acampou hoje no pátio interno do Incra, no Recife, e só pretende deixar o local quando for solucionado o conflito com o MST relativo ao Engenho Altinho, em Gameleira.

O engenho, de 755 hectares, foi desapropriado em abril de 2005 e em dezembro do mesmo ano o Incra se imitiu na posse. O assentamento de 83 famílias de sem-terra ligadas à Fetape, que haviam sido cadastradas, ainda não foram assentadas porque o MST invadiu a área e diz ter chegado primeiro ao local. A superintendente regional do Incra, Maria de Oliveira, está viajando e só deve retornar na próxima semana.

O presidente da Fetape, Aristides Santos, reclama da falta de autoridade do Incra no Estado para cumprir procedimentos definidos, segundo ele, pelo próprio órgão em conjunto com os movimentos. A federação articula uma solução através da direção nacional do Incra. Segundo ele, a Fetape disputa outras três áreas com movimentos sociais em Pernambuco - duas delas com o MST e uma com a Federação dos Trabalhadores Familiares (Fetraf-PE).





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