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Cidades/Geral
Terça - 06 de Março de 2007 às 07:48

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Maria Cristina Fortuna Pacheco, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, (Sindimed/MT) responsabiliza o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, pelo caos da saúde municipal. “Quem é o gestor?”, indaga. Maria Cristina falou novamente, durante entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira, 05/3, das péssimas condições de trabalho encontradas pelos médicos na rede municipal de saúde, da falta de medicamentos, equipamentos e baixos salários, motivos pelos quais os profissionais estão com as atividades paralisadas desde sábado, 1o de março.

Maria Cristina retruca a declaração de Wilson Santos de que “médico não trabalha”. “Se não trabalha, isso é problema do prefeito, que é o gestor e não toma nenhuma atitude. Para mim, essa fala é apenas mais um atestado de incompetência administrativa”, dispara.

Segundo a sindicalista, o atendimento de emergência e urgência estão sendo mantidos pelos médicos. Ela não pode avaliar quantos profissionais participam da paralisação porque não recebeu a escala de trabalho das unidades, apesar do Sindimed já ter enviado cinco ofícios com a solicitação desde o dia 16 de fevereiro. Também não sabe precisar quantos médicos já pediram demissão porque a prefeitura não informou. “Sabemos que do dia 1o a 28 de fevereiro, 16 médicos pediram demissão, sendo 10 pediatras”, afirma. “No último sábado, durante o dia, não havia um único pediatra no Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá”, denuncia.

De acordo com dados da Prefeitura de Cuiabá, encaminhados ao Sindicato dos Médicos, em janeiro de 2006, o quadro de médicos na rede municipal de Cuiabá, era formado por 309 estatutários (concursados), 365 contratados, 19 cedidos pelo Ministério da Saúde e 60 cedidos pela Secretaria Estadual de Saúde. “Além de termos mais prestadores de serviços do que concursados, o que é ilegal, há médicos com contratos temporários que já duram quinze anos”, denuncia Luiz Carlos de Alvarenga, diretor de defesa profissional e condições de trabalho do Sindimed. Segundo ele, o último concurso público para médicos foi realizado no final do primeiro mandato do prefeito Roberto França e há 10 anos os médicos não têm reajuste salarial.

Questionada se há necessidade de mudança no cargo de secretário municipal de saúde, Maria Cristina é taxativa na resposta. “Não. Em dois anos e dois meses, já tivemos quatro secretários, um a cada seis meses e quinze dias. O que falta é gestão, não há outra explicação para esse caos.”, dispara.

A presidente do Sindimed falou também sobre o pedido de intervenção da saúde municipal, encaminhado ao Ministério da Saúde no dia 26 de fevereiro. “O Ministério da Saúde informa para qualquer um, basta acessar a página na internet, das verbas repassadas para Cuiabá. O que estão fazendo com esse dinheiro? Sou cidadã e quero saber”, afirma.

Maria Cristina mostrou aos jornalistas relatórios recentes de médicos que trabalham no HPSC listando tudo o que falta. Das cinco salas do centro cirúrgico, apenas uma funciona. Há lâmpadas queimadas. Falta ainda bisturi elétrico, usado em cauterizações para conter sangramentos. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de adultos não há equipamentos para diálises e broncoscopia, e os equipamentos de tomografia e endoscopia digestiva estão quebrados. Também está faltando o diafragma do respirador mecânico. Na pediatria a situação é dramática, falta medicamentos e equipamentos básicos, como dipirona e termômetro.





Fonte: Pau e Prosa Comunicação

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