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Cidades/Geral
Terça - 06 de Março de 2007 às 03:14
Por: Debóras Siqueira

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A trégua que as chuvas deram às lavouras de soja no Médio-Norte e Norte de Mato Grosso há cerca de 10 dias trouxe outro problema sazonal nessa época de colheita: o aumento no preço do frete. O valor do transporte rodoviário já acumula alta de 18,9% desde janeiro. Há pouca oferta de caminhões para escoar a produção das regiões e os armazéns estão abarrotados devido ao excesso de umidade da oleaginosa, em torno de 25%, o que obriga as tradings a passarem o grão três vezes no processo de secagem. A somatória de fatores obrigou os produtores a colocarem o "pé no freio" na colheita da safra 2006/2007.

Um alto funcionário de uma multinacional estabelecida em Sorriso, maior município produtor de soja do Brasil, informa que o frete passou de R$ 185 por tonelada cobrado no início do ano para R$ 200, alta de 8%. Em algumas regiões do Estado mais ao Norte chega a R$ 220, nesse caso, elevação de 18,9%. Como as carretas têm capacidade média para transportar 40 toneladas da commodity, enquanto em janeiro eram desembolsados R$ 7,4 mil no frete, hoje o investimento gira entre R$ 8 mil e R$ 8,8 mil.

De qualquer forma quem paga o custo é o produtor, tanto quando contrata caminhões e manda direto aos portos, quanto ao vender para as tradings mais próximas da fazenda. O valor do frete é descontado e influencia no preço final. Para o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Piccoli, apesar de todo ano ocorrer esse aumento no frete durante a colheita, qualquer majoração reflete na renda do empresário rural. "Esse aumento chega a ser abusivo".

O gerente-executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso (ATC), Miguel Antônio Mendes, alega que a elevação oscila em média 5% no Estado, mas em regiões de difícil acesso, no extremo Norte do Estado, ou onde há necessidade de passar por trechos sem asfalto, como em Querência, há empresas e caminhoneiros que recusam o frete e optam em dar preferência para escoar a produção de municípios da região Sul.

"É uma questão de mercado, da lei da oferta e da procura. Onde há mais demanda, os poucos que pegam o trecho cobram mais caro. Não faltam carretas em Mato Grosso, hoje trafegam nas estradas cerca de 8 mil a 12 mil caminhões por dia no Estado".

Além do frete mais caro nas regiões ao Norte de Mato Grosso, a falta de asfalto e os atoleiros impedem a passagem dos caminhões onerando ainda mais os agricultores.

"O preço final ao produtor some com tantos problemas de logística", aponta o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Rui Prado.




Fonte: A Gazeta

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