<b>Alto Boa Vista: Esquema leva a rombo de R$ 4 mi</b>

Novas investigações da Delegacia Fazendária e da Auditoria-geral do Estado detectaram rombo de mais de R$ 4 milhões na Prefeitura de Alto Boa Vista (a 1.019 km de Cuiabá). Inicialmente, a suspeita era de que as irregularidades somavam apenas R$ 800 mil.

De acordo com a delegada fazendária Maria Alice Amorin, uma das responsáveis pelas investigação, o novo valor foi estimado através da descoberta de fraude em licitação e falsificação de notas fiscais. Pelo menos 82 notas apreendidas apontam irregularidades. A Polícia Civil e a Auditoria também descobriram que, em alguns casos, a Prefeitura possui apenas 15 documentos referentes a um ano inteiro de movimentação financeira do município.

De acordo com as investigações, as notas fiscais irregulares apontam que elas são clonadas. Os processos licitatórios também teriam sido fraudados desde 2002. O valor envolvido em irregularidades é grande, principalmente se comparado à receita municipal, que é de R$ 5 milhões por ano. As descobertas fazem parte da "Operação Boa Vista", realizada desde o dia 15 de janeiro. Os dados foram obtidos através de buscas e apreensões na residência de parentes do prefeito municipal.

Impasse - Apesar das investigações apontarem fortes indícios de irregularidades na Prefeitura de Alto Boa Vista, o Tribunal de Justiça pode obrigar hoje a Auditoria-geral do Estado e a Delegacia Fazendária a devolverem os documentos apreendidos no início da Operação. Isso ocorre porque o prefeito Mário César Barbosa (PL) impetrou um habeas corpus que será julgado hoje pelos desembargadores e já conta com parecer favorável do Ministério Público Estadual.

Caso o TJ acompanhe o MPE, as investigações devem sofrer grande prejuízo. Somente no último ano, três prefeituras mato-grossenses foram envolvidas em escândalos de corrupção milionária: Alto Boa Vista, Confresa e Colniza.