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Sábado - 03 de Março de 2007 às 15:29

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A nova novela das 20h da Globo, Paraíso Tropical, é marcada por antagonismos. O cenário principal é Copacabana, a Princesinha do Mar, como ficou conhecida na canção Copacabana, de Alberto Ribeiro e de Braguinha. Mas Gilberto Braga, autor da trama que estréia na segunda-feira, não exibe a Copacabana contornada pelos versos que embalaram os anos dourados do bairro.

Caótica, miscigenada e palco de turismo sexual, o bairro mais famoso do Brasil reaparece dividida entre a antiga beleza e a decadência sinalizada pela pobreza e prostituição.

O eixo central da história são as gêmeas Paula e Taís, vividas por Alessandra Negrini. Enquanto Paula é a mocinha romântica, Taís só pensa em ficar rica. Logo no início da trama, Paula conhece Daniel, um executivo poderoso de origem humilde, vivido por Fábio Assunção. O maior sonho dele é montar um hotel em algum paraíso tropical no Brasil.

"É uma clássica história de amor na novela mais romântica que já fiz. Por trás disso, mostro todas as belezas e problemas do Brasil", valoriza Gilberto Braga.

A maior polêmica, segundo o autor, virá da exposição do turismo sexual. Desde o bordel em Marapuã, uma fictícia cidade litorânea da Bahia, até as prostitutas que povoam as calçadas da praia de Copacabana, no Rio, a trama pretende mostrar a cobiça de moças salientes e libidinosas, como a interesseira Bebel, de Camila Pitanga.

A atriz será uma das vilãs da história ao lado de Wagner Moura, que vive o ambicioso Olavo - filho da também vigarista Marion Novaes, de Vera Holtz.

O mau-caráter também é um poderoso executivo do Grupo Cavalcanti, que pertence ao milionário Antenor, de Tony Ramos. Olavo faz de tudo para destruir a imagem de Daniel na empresa.

"Este personagem não é um mocinho clássico, questiona até se deve parar seu trabalho estressante para ter mais qualidade de vida. É forte e não esconde a sensibilidade", analisa Assunção. "Daniel é o 'novo macho'. Forte, mas sensível", sentencia o co-autor Ricardo Linhares.

Bem-sucedido e extremamente machista, Antenor é casado há 30 anos com a dedicada Ana Luísa, personagem de Renée de Vielmond. Mas mantém uma relação de 15 anos com a amante Fabiana - advogada de suas empresas - , de Maria Fernanda Cândido. No meio da trama, Antenor vai se apaixonar pela decidida Lúcia, de Glória Pires, e abandona a amante.

"Conversei com advogadas de empresas e grande parte vive a mesma história da Fabiana e mantêm uma relação com o chefe. Essa personagem as representa", anima-se Maria Fernanda. "Este é o personagem mais machista que já vivi", garante Tony Ramos.

No meio de conturbadas relações, o glamour decadente de Copacabana é representado pelos personagens de classe média do bairro, localizados no fictício Edifício Copamar, prédio que abriga grande parte dos conflitos da história. Como "governante" desta "torre de babel", Daisy Lucidi encarna a viúva e síndica Iracema.

"As cenas de Copacabana vão ser frenéticas, com câmaras ágeis, principalmente no Copamar", explica o diretor Dennis Carvalho.

Outra locação que também representa o bairro é o fictício Hotel Duvivier, do Grupo Cavalcanti, que exibe cenários como piscina, joalheria, piano bar e lobby, locais onde trabalham vários personagens da trama.

Para contrastar com o lado urbano e carioca, a novela começa na calmaria do cenário baiano, com externas gravadas na cidade de Itacaré, de praias paradisíacas, onde está instalado o bordel de Amélia, personagem de Susana Vieira.

Sua personagem participa dos primeiros capítulos como a cafetina e mãe de criação de Paula, a protagonista de Alessandra Negrini, que vive a gerente de uma pousada.

"As gêmeas que interpreto representam toda a dualidade da história: o bem e o mal, o glamour e a decadência. A novela retrata a cobiça e a luta pelo poder", avalia Alessandra Negrini.

Exuberância visual

No lugar de viajar para o exterior com um grupo de atores, prática recorrente nas novelas da Globo, a produção de Paraíso Tropical seguiu para algumas das mais belas praias do Nordeste brasileiro.

Durante 30 dias, o diretor Dennis Carvalho e sua equipe gravaram com parte do elenco em cidades baianas, como Itacaré, Trancoso, Porto Seguro, Arraial D'Ajuda e Ilhéus, além de trechos do litoral pernambucano, como Porto de Galinhas. Mais de 100 pessoas foram mobilizadas para as gravações.

"Logo de cara queríamos passar para o telespectador cenários com mar tranqüilo, cores vibrantes e um sol intenso, paraísos tropicais idealizados pelo personagem Daniel, do Fábio Assunção", explica Dennis Carvalho, que também faz uma participação como ator na metade da trama.

Mesmo em cenas que contam com um cenário paradisíaco, a equipe de efeitos visuais também realiza alguns retoques. Por exemplo, na tomada em que Fábio Assunção pratica windsurfe na Bahia - uma das principais cenas do início da novela - a equipe de criação sobrepôs em 3D o horizonte e todo o mar em volta da prancha e da vela.

Além de aplicar as imagens, os designers Paula Souto e Gustavo Garnier igualaram as cores de mar e céu até o entardecer na cena. Depois disso, para reproduzir um acidente no mar, Marcos Soares, um dos responsáveis pelos efeitos especiais, criou um simulador de windsurfe com mecanismo de rotação de 360º. As cenas foram gravadas em uma piscina de ondas.

"Fiz aulas de windsurfe, mas o Gilberto disse para eu parar. No final, foi tudo fake", diverte-se Fábio Assunção.





Fonte: Terra

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