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Meio Ambiente
Sexta - 02 de Março de 2007 às 14:58

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Grupo de trabalho formado pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), Embrapa, Uniderp e Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul estuda uma forma de liberar o abate controlado de jacarés no Pantanal.

Hoje, só é normatizada a criação em cativeiro, a partir de ovos retirados dos ninhos. A idéia, segundo explica Marcos Coutinho, coordenador do Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios do Ibama, é que os criadores se comprometam em preservar os répteis até o primeiro ano de vida para que em troca possam promover o abate de animais adultos.

Os jacarés, explica, estão muito suscetíveis a intempéries e a serem predados até que completem o primeiro ano. Assim, o sistema funcionaria como uma permuta, garantindo sustentabilidade ao processo. Já há experimento desde 2005 em uma fazenda da Uniderp e a intenção é que essa possibilidade seja difundida dentro de dois anos. Os abates seriam feitos somente em unidades credenciadas para isso.

O pesquisador afirma que existem idéias mal interpretadas relacionadas ao jacaré. A população destes anfíbios no Pantanal (entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) é de 30 milhões de animais. O cenário de fazendas tomadas por jacarés é comum no Pantanal.

Apesar disso, ele garante que o animal não se tornou uma praga e que não ameaça o ecossistema. “O Pantanal é a maior área de inundação do planeta e é lugar do jacaré. O fato de a densidade populacional ser alta não o torna uma praga e sim o melhor recurso como alternativa de geração de trabalho e renda no Pantanal”, afirma.

Outro mito, continua o pesquisador, é de que a alta população de jacarés estaria comprometendo os estoques pesqueiros. “A máquina dele é diferente, é um animal de sangue frio e depende da temperatura para manter atividades metabólicas”, afirma. Segundo Coutinho, aves e mamíferos consomem mais peixes que os jacarés, que também têm em sua dieta caranguejo, caramujo e larvas de insetos.

O pecuarista e sócio da Sodepan Valfrido Chaves acredita que, se for emplacado, o abate controlado deve incentivar os criadores a cuidarem dos jacarés. “O criador cuida do gado porque dá lucro”, exemplificou. Ele conta que em sua propriedade, localizada à margem esquerda do rio Aquidauana, é visível o crescimento populacional dos répteis. “Eu tinha um espaço na vazante que na época da seca tinha jacarés em 500 metros e hoje já entulha em mil metros”, diz.





Fonte: Campo Grande News

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