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Terça - 02 de Abril de 2013 às 01:43

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Ao citar a previsão feita há 20 anos, de um apagão logístico no Brasil, o senador Blairo Maggi criticou mais uma vez a o setor da infraestrutura, lembrando em seu discurso que ‘tudo" cresceu: a produção, a tecnologia, a fabricação de automóveis, menos o transporte que ainda é feito nas mesmas rodovias.
 
 
 
“Fizemos um esforço gigantesco para ultrapassar as metas de produção, os empresários, a Embrapa - o Governo também deu apoio com as linhas de financiamento-, e o objetivo de 100 milhões de toneladas de grãos já foi ultrapassado. O país produz, hoje, 180 milhões de toneladas, e me refiro à safra só de grãos, deixando de lado, por exemplo, a cana-de-açúcar que vai virar etanol e vai percorrer as mesmas estradas”, disse o mato-grossense na tribuna do Senado nessa segunda-feira (01.04).
 
 
 
De acordo com o senador, as dificuldades que o país teria foram previstas, e nada foi feito, ou pelo menos, não a contento. “Fizemos o Brasil crescer, fazendo um país autosuficiente, que pudesse gerar divisas dando condições ao Governo de criar programas sociais que hoje são um exemplo para o resto do mundo. Fizemos tudo isso, e mais uma vez, esquecemos-nos da infraestrutura. Estamos levando horas para percorrer hoje o mesmo trecho, porque as rodovias estão abarrotadas de carretas, carros. Os brasileiros estão perdendo o direito de ir e vir. E isso é ineficiência. Sendo que o custo acaba não ficando com ninguém, são penalidades duras que estão fugindo ao controle”, agravou Maggi.
 
 
 
Em aparte a senadora Ana Amélia (PP/RS) ressaltou a seriedade do assunto e lembrou as ações de Governo feitas por Maggi enquanto Executivo de Mato Grosso. “Me preocupa saber que um país como a China suspendeu a compra de soja porque o Brasil não cumpriu o prazo de entrega devido ao atraso do carregamento nos portos. O senhor enquanto a frente do governo teve uma iniciativa louvável. Criando um sistema de consórcio com os produtores, para superar as dificuldades da área pública, realizou as obras necessárias para o escoamento da produção. Hoje, nós ainda ficamos discutindo o tamanho do Estado na economia, sendo que esse não é o problema, e sim, a eficiência do sistema governamental”, ressaltou Ana Amélia.
 
 
 
Ao comentar que o Brasil não acompanhou o crescimento econômico que teve, Maggi lamentou que a infraestrutura do país não cresceu paralelamente ao desenvolvimento da indústria e principalmente do agronegócio.
 
 
 
 “Há 30 anos, quando cheguei ao Mato Grosso, a produção do estado era de 30 mil toneladas de grãos. A safra agora é de 36 milhões de toneladas. Já se passaram 30 anos e a única alternativa que apareceu é o corredor da hidrovia rio Madeira/Amazonas, que eu mesmo construí e liga o centro ao norte do país. São quatro ou cinco milhões de toneladas. De resto, é o mesmo carreiro que a gente tinha, a mesma estrada que tínhamos 30 anos atrás. O país não tem conseguido dar vazão à criação de novas rodovias, à instalação de novos portos. Está aí o Porto de Paranaguá, que é o mesmo porto de 20 anos atrás. Quando a gente vê as imensas filas de caminhões é porque está tudo interligado, estradas ruins, ferrovias que não aconteceram, portos que não são ampliados”, disse Blairo ao defender que o país enfrente a questão como num plano de guerra.
 
 
 
“Na guerra quem entra luta pela liberdade de um povo, e a nós interessa lutar pela mobilidade do nosso povo. Estamos presos, como dois lutadores que se agarram no embate, sem ter pra onde ir”, lamentou.
 
 
 
FALTA DE CONSCIENTIZAÇÃO
 
 
 
Uma pesquisa de 2010 dizia que apenas 10% da população achava que a infraestrutura deveria ser considerada prioridade pela presidente da República. Em junho do ano passado, a mesma pesquisa foi feita pelo Instituto DataSenado, e os números são ainda alarmantes.
 
 
 
A pesquisa qualitativa com 1,2 mil brasileiros foi feita por telefone, e os participantes de 119 municípios representaram todas as capitais brasileiras na amostragem. Apenas 1% da população entrevistada entende que o assunto, infraestrutura, está entre os mais preocupantes.
 
 
 
“Parece que não há o conhecimento de que para o Brasil produzir mais, para ter mais riquezas e uma economia mais forte, precisa de infraestrutura, de rodovias, ferrovias, aeroportos. A preocupação é de todos, não adianta comprar um carro, uma bicicleta, se daqui a pouco não teremos para onde ir. Ficaremos fazendo turismo pela internet, impossibilitados até mesmo de viajar nas épocas festivas, por exemplo, pois, os congestionamentos não são só para o setor produtivo, está nas rodovias e nos portos como está nos aeroportos”, finalizou.





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