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Nacional
Domingo - 25 de Fevereiro de 2007 às 10:09

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Depois de alguns adiamentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará nesta segunda-feira uma visita em caráter "eminentemente político" ao Uruguai, durante a qual serão avaliados o Mercosul e a relação bilateral com o país.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, receberá Lula na fazenda presidencial de Anchorena (200 km a oeste de Montevidéu) para uma "conversa informal", disse à imprensa o embaixador brasileiro em Montevidéu, José Felicio.

"A visita de Lula é de caráter eminentemente político e nela se dará continuação às conversações entre ambos os mandatários desde o ano passado", afirmou o diplomata, recordando que o último encontro bilateral aconteceu em setembro, em Canoas, no Rio Grande do Sul. Felicio acrescentou que, "depois disso, houve outros encontros, mas dentro de um contexto mais Mercosul".

As relações entre Vázquez e Lula pareciam distanciadas desde que o presidente brasileiro desistiu de viajar a Montevidéu para a 6ª Cúpula Ibero-Americana, celebrada no início de novembro, e adiou visita ao Uruguai por pelo menos duas ocasiões.

Vázquez, por sua vez, não esteve presente na abertura da Cúpula do Mercosul realizada em janeiro no Rio de Janeiro e tampouco compareceu ao jantar oferecido por Lula a seus convidados, limitando-se a participar do fechamento do encontro.

Os dois presidentes "falarão certamente de questões pertinentes ao Mercosul, sobre o que o Brasil está fazendo, sobre as medidas que estamos tomando os dois governos para, entre outras coisas, melhorar o comércio, reduzir desequilíbrios comerciais, destravar os freios", afirmou o embaixador.

O Uruguai vem questionando fortemente o Mercosul por causa das assimetrias existentes entre as economias dos países-membros e pedindo flexibilidade para permitir que os sócios menores negociem unilateralmente tratados comerciais com terceiros. Mas a requisição vem sendo negada.

O Uruguai avaliou a possibilidade de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, mas ambos os países terminaram assinando um Acordo Marco de Comércio e Investimentos (Tifa, na sigla em inglês).

A visita de Lula ao Uruguai acontecerá dez dias antes da do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que também passará por Brasília.

Felicio descartou qualquer relação, recordando que Bush também visitará o Brasil, e disse se tratar de "uma feliz coincidência".

O embaixador brasileiro afirmou também ser "possível que o Mercosul busque negociar em conjunto com os Estados Unidos. Já houve uma proposta há pelo menos dois anos de se realizar um quatro mais um".

"A visita do presidente Bush a Brasil e Uruguai representará certamente oportunidade para falar também de comércio, mas não creio que Lula sugira neste momento ao presidente Bush uma negociação comercial", afirmou.

José Felicio acrescentou que o presidente americano "vem ao Brasil com uma agenda que inclusive tem pontos de contato com a agenda do Uruguai: vem falar de energia renovável, vem falar de etanol, de biodiesel, pontos que interessam também ao Uruguai".

Fontes da chancelaria uruguaia disseram à France Presse que durante a visita de Lula se buscará acordar que o "Brasil forneça capital para a reabertura do Banco do Brasil no Uruguai e autorize créditos do BNDES ao Banco República para pequenas e médias empresas".

O Uruguai também pretende dar um impulso ao projeto de interconexão elétrica entre Médici, no Rio Grande do Sul, e San Carlos [departamento de Maldonado, leste do Uruguai], além da construção da ponte sobre o Rio Jaguarão, que separa as cidades de Rio Branco, no Uruguai (400 km a leste de Montevidéu), e de Jaguarão, no Brasil.

Perguntado se Lula trará alguma proposta concreta para Vázquez, o embaixador Felicio respondeu que "sempre há", mas preferiu não adiantas a agenda dos presidentes.

"Há assuntos que já estão sobre a mesa, como, por exemplo, a cooperação na área de energia, do qual se falará seguramente; há interesses de empresas como a Petrobras, há investimentos novos do Brasil na área de cimento, o Banco Itaú que vai se instalar, e outros assuntos que por certo surgirão", afirmou.





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