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Nacional
Domingo - 25 de Fevereiro de 2007 às 09:48

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Líder de um dos partidos da base aliada no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos principais personagens da investigação do mensalão, o recém-aposentado deputado federal José Janene (PP-PR) disse ontem que Lula "sempre vai ter um pouco mais de dificuldade com o PMDB", sigla integrante da coalizão do segundo mandato.

Ele afirma que Lula não está errado em protelar a montagem do ministério deste segundo governo. "O presidente não tem que ter pressa. Tem que ver primeiro qual o comportamento dessa base aliada."

Segundo Janene, as dificuldades que o presidente encontrará no PMDB se devem à divisão interna do partido em diferentes alas. "São grupos diferentes. Tem o grupo do Sarney e do Renan, tem o grupo do Temer e tem os que tomam posições individuais."

Mensalão

À pergunta sobre se acredita que o modelo "toma-lá-dá-cá" continuará funcionando nesta legislatura, assim como casos como o que esteve envolvido, Janene disse que "a coisa nunca funcionou deste jeito" por lá.

"Essa história de toma-lá-da-cá e de mensalão nunca ficou provada. O [presidente nacional do PTB] Roberto Jefferson foi cassado porque não provou [o mensalão]. O [ex-ministro da Casa Civil] José Dirceu foi cassado sem nenhuma prova contra ele. Foi cassado por ser o homem forte do governo."

Para Janene, "quem assume o poder sofre desgastes por atitudes nem sempre simpáticas à sociedade e é para compensar o desgaste que os partidos têm que ter espaço dentro do governo. Para ficar em evidência e ter condições de disputar eleição".

Janene se aposentou no mês passado, depois de inocentado no processo de cassação do mandato por quebra do decoro parlamentar devido ao escândalo do mensalão. Era acusado de receber R$ 4,1 milhões para votar com o governo.

Anomalia cardíaca

Sobre o benefício de R$ 12.847,20 (correspondente ao salário integral de deputado) que passa a receber neste mês, disse que é "um direito adquirido que deveria estar recebendo desde setembro de 2005". O ex-líder do PP pediu aposentadoria por invalidez dois meses após estourar o escândalo no Congresso. Apresentou como motivo uma anomalia cardíaca.

"Tenho uma anomalia constatada por três laudos médicos em agosto de 2005. Em qualquer área do Brasil é obrigatório que a aposentadoria saia em no máximo 30 dias. O que posso dizer sobre isso? Eles [a direção da Câmara] é que postergaram."

Janene atendeu à reportagem da Folha num celular com prefixo de Brasília que atendia quando em atividade na Câmara. Disse que o aparelho é de uso particular e que paga a conta. Também disse que não mantém mais nenhuma influência sobre a bancada do PP no Congresso.





Fonte: Agência Folha

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