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Internacional
Quinta - 22 de Fevereiro de 2007 às 14:23

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"Daremos nossa palavra de honra para levar nosso país à frente. Por isso vamos assinar o acordo político", explicou Menchú.

Semanas atrás, ela havia anunciado a sua intenção de se candidatar à Presidência do país e a criação do partido Winaq.

"Queremos dar esperança a jovens e às mulheres, não apenas na Guatemala mas em todo o mundo. A mulheres esperam há muito tempo por uma chance de participar [na política]", disse Menchú a repórteres ontem na Cidade da Guatemala. Apoio

A vencedora do Nobel da Paz anunciou oficialmente sua candidatura ao lado da fundadora e líder do partido Encuentro por Guatemala, a congressista Nineth Montenegro, que entrou para a política depois de ter seu marido torturado e assassinado. Ela acusa o Exército da Guatemala pelo assassinato, em 1984.

As duas assinarão nos próximos dias "um pacto", estabelecendo os termos da aliança político-eleitoral entre o EG e o Winaq. O acordo servirá "para dar a tranqüilidade e segurança a todos os eleitores" que votarem na aliança, disse a dirigente indígena.

Os pais e o irmão de Menchu também foram torturados e mortos durante a guerra civil entre os governos de direita e as guerrilhas de esquerda no país. Mais de cem mil pessoas morreram nos conflitos.

Perda de apoio

Ao escolher o grupo de Montenegro para formar sua base, Menchú provavelmente perderá o apoio do partido tradicional de esquerda do país, assim como o de várias organizações sindicais e de camponeses.

Na última segunda-feira (19), Menchú desistiu das negociações com a Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca (URNG), partido que reúne membros da antiga guerrilha esquerdista. Ela não chegou a um acordo mínimo para formar uma aliança.

Um dos adversários de Menchú será o general Otto Perez Molina, um comandante do Exército que atuou na região de Quiche durante o ápice da guerra.

A candidata indígena nasceu na mesma região, que foi uma das mais atingidas pelos conflitos entre militares e guerrilheiros. Ela será a primeira mulher indígena na história da nação a disputar a Presidência. O cargo tem sido ocupado quase sempre por homens, nenhum de origem indígena.

Os guatemaltecos vão às urnas em setembro próximo para eleger o Presidente, 158 deputados do Parlamento unicameral, 332 prefeitos e 20 deputados no Parlamento Centro-Americano.





Fonte: Folha Online

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