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Politica Brasil
Sábado - 03 de Fevereiro de 2007 às 07:57

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A Câmara Municipal de Alto Boa Vista (a 1.063 km de Cuiabá) cassou, por 6 votos a 2, o mandato do vereador Alaor Ferreira dos Santos (PFL), sob acusação de falta de decoro parlamentar. De acordo com o processo, o ex-vereador "tumultuava as sessões".

Segundo o ex-vereador, a cassação é uma retaliação às denúncias de irregularidades que fez contra a administração municipal. "Estou sofrendo perseguição política, querem calar a voz de quem aponta e mostra a corrupção no município", justificou.

Em novembro do ano passado, Alaor Ferreira e o deputado estadual Zé Carlos do Pátio (PMDB), protocolaram na Procuradoria-Geral de Justiça, Delegacia Fazendária e no Tribunal de Contas do Estado documentos que apontavam indícios de falsificação e clonagem de notas fiscais, além de desvio de recursos públicos pela gestão em Alto Boa Vista. Os documentos fiscais apresentados são oriundos dos Estados de Goiás e Tocantins e foram apreendidos na prefeitura a partir de liminar concedida ao ex-vereador Alaor. Conforme declarações das empresas, as mesmas não emitiram as notas empenhadas, em outros casos, os valores ou numerações não correspondem às emitidas pelas empresas fornecedoras. "Além disso, as notas de cidades e empresas diferentes estão preenchidas com a mesma letra", destacou Alaor.

No dia 15 de janeiro a Polícia Civil desencadeou a "Operação Boa Vista" para apurar as possíveis irregularidades na prefeitura. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) participaram da operação dois delegados, cinco escrivãs, 12 investigadores e um auditor do Estado para cumprir sete mandados de busca e apreensão na Prefeitura, na secretaria de Finanças, nas residências de alguns secretários municipais e do prefeito Mário Cézar Barbosa (PR), onde apreenderam vários documentos para anexar ao processo de investigação.

O ex-vereador Alaor está sob proteção policial depois de ter sido ameaçado na frente de testemunhas por Arlindo José Barbosa Filho, irmão do prefeito Mário Cezar.

Para o deputado Zé Carlos do Pátio houve uma inversão de valores no processo de cassação. "Quem denuncia a corrupção é cassado por falta de decoro parlamentar e os acusados permanecem no cargo?", questiona. O parlamentar informou que a Justiça decidiu não interferir nos tramites da Câmara Municipal, mas espera que essa situação seja repensada. "Ele perdeu o cargo sem um motivo ou justificativa coerente", manifestou Pátio, ao dizer que vai acompanhar as investigações até que a situação seja esclarecida e os possíveis culpados punidos.





Fonte: Gazeta Digital

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