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Politica Brasil
Domingo - 28 de Janeiro de 2007 às 10:27

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O senador eleito Jaime Campos, que toma posse na próxima semana, disse que tem muitas dúvidas sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo presidente Lula no início da semana, e por isso observa que vai ter muita cautela quanto à eficiência do modelo de financiamento das obras. Para Jaime, o governo precisa adotar uma corajosa medida de redução da carga tributária e isso, na sua opinião, teria um efeito mais positivo sobre a economia do que o PAC.

Jaime enfatiza que a reforma no sistema de arrecadação de impostos é o tema fundamental para um projeto de recuperação econômica. "Além de tímido, o pacote não traz estímulo algum para a agricultura e a pecuária da região", ponderou. "Não podemos esquecer que o agronegócio tem sustentado a balança comercial do país".

Outro ponto nebuloso é a falta de sintonia entre a expectativa de crescimento criada pelo presidente e a política de juros adotada pelo Banco Central. "Lula quer avançar e o Meireles quer frear a economia, com uma redução apenas simbólica de apenas 0,25 % da taxa Selic". Os juros altos, reforça Jaime, "inibem o crescimento e colocam os empresários na defensiva".

Contudo, ele reconhece que o investimento em infra-estrutura é um indutor natural do desenvolvimento. "As obras são necessárias e importantes, mas o governo federal se colocou num papel de simples gestor do programa, porque o financiador mesmo será o mercado, seja através das estatais ou da iniciativa privada". Jaime vê nesse aspecto o "calcanhar de Aquiles" do governo. "As estatais têm muito mais obrigações com o mercado do que com o governo. Elas não são fontes de financiamento de obras; os empresários não têm capacidade de investir sem regras tributárias mais justas; e os Estados estão impossibilitados de oferecer contrapartida sem uma reestruturação de suas dívidas". Mesmo assim, o senador eleito acredita que um "importante passo foi dado". Para Jaime, cabe agora, à Câmara Federal e ao Senado, o papel de aperfeiçoar o programa "ouvindo a sociedade".





Fonte: Gazeta Digital

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