Floricultores catarinenses querem certificação de qualidade

O caminho de um grupo de empreendedores de Santa Catarina está cheio de flores. Com a tecnologia do cultivo ‘na palma da mão’, eles agora querem a certificação da qualidade para disputar o comércio internacional. Onze produtores já têm esse atestado de qualidade, um diferencial para alcançar novos mercados também no País. O modelo catarinense de certificação para o setor de flores se tornará parâmetro para o resto do Brasil.

Há 15 anos, o agrônomo paulista Cláudio Boninni, 42 anos, decidiu semear no estado seu grande sonho: plantar flores e distribuí-las para todo o Brasil. O bom clima do Sul e a qualidade de vida dos catarinenses motivaram a mudança. O sonho cresceu e floresceu. Hoje, ele é um produtor que leva para diversas cidades do País produtos de qualidade, cobiçados pelos melhores paisagistas.

Com trabalho e o clima temperado que encontrou, o produtor ajuda Santa Catarina a se destacar no cenário nacional da floricultura. Em um pequeno sítio, do tamanho de quatro campos de futebol, o produtor planta 72 tipos de flores e comercializa artigos para paisagismo. “O trabalho é artesanal. Mas, com alguma tecnologia que vamos aprendendo, dá para diversificar a produção e ter alta produtividade em pouco espaço”, comenta.

Em sua propriedade, trabalham 11 pessoas, inclusive duas mulheres. “Elas fazem a semeadura, um trabalho delicado”, comenta Boninni. Algumas sementes são tão pequenas que precisam ser trabalhadas com pinça e palito de dente. Boninni é um dos onze produtores que investem em estufas. É que o cultivo fora delas, feito ao ar livre, onera o negócio com perdas de até 30% da produção. Com o uso da cobertura, as perdas caem para 10%. Mesmo trabalhando com um bom faturamento anual, o agrônomo percebeu que poderia progredir ainda mais se houvesse parceria com os outros produtores da região.

Dito e feito. “Há oito anos, tínhamos uma receita anual de R$ 100 mil. Hoje, faturamos R$ 450 mil”, compara o floricultor.