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Segunda - 22 de Janeiro de 2007 às 16:03
Por: Edivaldo de Sá

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Emoção, lágrimas e revolta, assim foi marcado o depoimento, nesta segunda-feira (22), da principal testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público Estadual, M. C. N, 45, mãe e vitima do crime de estupro, cometido pelo próprio filho, João Paulo do Nascimento, 22, na madrugada do dia 16 de Dezembro de 2006.

A juíza e o MP permitiram que a imprensa acompanhasse a audiência de inquirição das testemunhas de acusação, que aconteceu no Fórum da Comarca de Nortelândia, e foi presidida pela Juíza Substituta da Comarca de Nortelândia, Ana Graziela Vaz de Campos, com a participação da representante do Ministério Público Estadual, Promotora Claire Voguel, que ouviu três das cinco testemunhas arroladas, a mãe, um cabo da Policia Militar e a irmã da vitima. Outros dois policiais militares que atenderam a ocorrência no dia dos fatos, não foram ouvidos por estarem em Tangará da Serra, para onde será enviada carta precatória.

M. C. N, foi a primeira a ser ouvida e não quis que o seu filho assistisse seu depoimento, marcado por lagrimas, revolta e emoção, ao relembrar cada momento da madrugada do dia do crime, após sair da festa de formatura de um de seus filhos, que aconteceu num colégio próximo de sua residência.

“Ele subiu em cima de mim, me penetrou, depois tirou o pênis e enfiou dois dedos em minha vagina, como se quisesse arrancar alguma coisa de dentro de mim” relatou ela chorando. M. C. N disse que pedia para que o filho parasse por que era sua mãe, mas que ele continuava dizendo barbaridades e com uma das mãos segurando seu pescoço. “Ele me enforcava, batia e mordia”. A mãe visivelmente emocionada, disse à justiça que ele ainda tentou fazer sexo anal com ela, o que acabou não acontecendo por que um de seus sobrinhos que passava todas as madrugadas para tomar café, chegou e bateu na porta. “Nesse momento ele saiu de cima de mim e foi deitar como se nada tivesse acontecido” disse ela. Ela admitiu que já teria sido espancada por ele em outra ocasião, mas que não chamou a policia por acreditar que ele pudesse se recuperar. Ao final de seu depoimento, M. C. N, disse não perdoar João Paulo pelo que aconteceu. “Se ele tivesse só me batido eu o teria perdoado, mas o que ele fez eu não perdôo. Se ele fez isso comigo, ele pode fazer com qualquer criança” declarou ela.

Demonstrando ainda estar bastante abalada, ela disse que não consegue dormir, e lembra de tudo o que aconteceu todos os dias. “Posso afirmar que não sou mais a mesma mulher depois que isso aconteceu, tenho vergonha até de ir trabalhar. Não quero nem vê-lo. Não o odeio, tenho revolta pelo que ele fez comigo, ajudei tanto esse menino, fiz de tudo por ele” finalizou ela.

A representante do MP, Claire Voguel, informou que o exame feito pelo médico legista Manoel Loureiro Neto, não apresentou a presença de esperma e que fica difícil à comprovação de que houve relação sexual entre ambos, considerando a idade da vitima e sua condição pessoal, mas que o testemunho da vitima é muito relevante. “Se ela fosse virgem ficava fácil comprovar a penetração” destacou Claire Voguel. João Paulo do Nascimento, negou em seu depoimento que tenha estuprado a mãe e confirma apenas que a espancou, informou a promotora.

Consultado pela reportagem, o advogado Nilton Gomes, formado a 36, dos quais 16 atuando na região, disse que João Paulo do Nascimento, pode ser condenado a 14 anos de prisão, se a Justiça e o MP, considerar além do crime de estupro o de lesão corporal. Mas que ele deverá cumprir 2/3 da pena.




Fonte: Repórter News

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