Reunião no AM deixa Maggi perto do PR

O governador Blairo Maggi (sem partido) e o secretário de Educação, Luiz Antônio Pagot, se reuniram ontem em Manaus, no Amazonas, com o senador eleito e possível futuro ministro dos Transportes do segundo governo Lula, Alfredo Nascimento (PR). Nascimento é quem está articulando, juntamente com o deputado Welligton Fagundes (PR-MT), a filiação do governador mato-grossense e seu grupo político no Partido da República (PR).

Alfredo Nascimento foi ministro dos Transportes até se desincompatibilizar para concorrer ao Senado da República, mas deve voltar ao ministério do novo governo, principalmente pelo fato de Lula ter obtido sua maior vitória proporcional no Estado do Amazonas, onde a votação dos tucanos se igualou à dos deputados federais eleitos. Hoje, Maggi estaria praticamente decidido a ingressar no PR.

Maggi sempre teve uma relação tumultuada com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e viu a situação azedar ainda mais depois de apoiar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República no primeiro turno, mas mudar o voto no segundo turno e apoiar a reeleição de Lula. Esta escolha levou o partido a abrir processo de expulsão de Blairo Maggi, que ora tramita no Conselho de Ética da sigla, mas o governador se antecipou e pediu a desfiliação da sigla na última sexta-feira, 05.

Maggi teve vontade de sair do PPS no momento em que declarou apoio à candidatura à reeleição de Lula, mas por causa de posicionamentos jurídicos divergentes que apontavam a possibilidade dele se tornar inelegível, mesmo depois de ter sido reeleito, optou por aguardar no partido até que assumisse o governo do Estado pela segunda vez, para então se desligar da sigla por livre e espontânea vontade.

O ingresso de Blairo Maggi e seu grupo político no PR devolveriam ao Partido da República, que é o resultado da fusão do PL e do PRONA, uma melhor condição no cenário político, já que a sigla não elegeu nenhum governador de Estado e sua última expressão política foi o vice-presidente da República, José Alencar, que deixou a agremiação pouco antes do início da campanha de reeleição.

Quando resolveu apoiar a reeleição do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, Blairo Maggi já sinalizava que, se não tivesse liberdade para fazer sua opção política, deixaria o partido. Ele chegou a ser aconselhado pelo presidente Lula para que ingressasse no PSB, partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e que conta ainda com outros dois governadores, Cid Gomes, do Ceará, e Vilma Maia, do Rio Grande do Norte.

O primeiro compromisso de Blairo Maggi na campanha de reeleição do presidente Lula foi em Pernambuco, onde também houve a escolha do governo do Estado, já que a eleição foi disputada em dois turnos e vencida por Eduardo Campos, que na ocasião formalizou convite de filiação para o governador mato-grossense.