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Meio Ambiente
Sexta - 05 de Janeiro de 2007 às 01:21

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O medicamento Herceptin contra o câncer de mama pode aumentar as chances de sobrevida quando usado depois do tratamento de quimioterapia padrão para conter uma forma conhecidamente agressiva da doença em seu estágio inicial, ressaltou um novo estudo que será publicado na edição de sábado da revista científica The Lancet. Cerca de um quinto das mulheres com câncer de mama no estágio inicial têm o tumor do tipo HER-2 positivo, que é muito invasivo e dá à paciente uma pequena esperança de sobrevida.

O Herceptin, comercializado pela gigante americana de biotecnologia Genentech e pela farmacêutica suíça Roche, é um anticorpo monoclonal (produzido por clone de uma célula), que adere à proteína do HER-2, na superfície celular do tumor, bloqueando as instruções para que a célula se divida e sinalizando às células de defesa do organismo que destruam a célula cancerosa.

Médicos chefiados por Ian Smith, do Royal Marsden Hospital, de Londres, testaram o Herceptin como um auxiliar - uma droga "follow-up" (acompanhamento) - em mulheres com câncer HER-2 positivo em estágio inicial.

Mais de 1,7 mil mulheres tomaram o Herceptin por um ano após cirurgia e quimioterapia, enquanto outras 1.698 que também se submeteram a cirurgia e quimioterapia integraram um grupo de controle que não tomou o medicamento. v Cinqüenta e nove mulheres do grupo que tomou o remédio morreram três anos depois da operação, contra 90 do grupo de controle.

Apesar do bom resultado, foram detectados 10 casos de insuficiência cardíaca congestiva severa entre o grupo que tomou Herceptin: um problema identificado em estudos anteriores com a droga.

O Herceptin (cujo nome de laboratório é trastuzumabe) já havia recebido aprovação em mercados chave para tratar cânceres HER-2 em estágios avançados.

Devido à capacidade deste tipo de câncer se mover rapidamente, uma ação precoce é vital, e é por isso que o Herceptin está sendo testado em pacientes com este tumor no estágio inicial.

Em 2005, dois testes feitos nos Estados Unidos demonstraram que, quando usado juntamente com a quimioterapia, o Herceptin reduziu o risco de morte prematura ou recorrência de câncer em estágio inicial em 52% no período de dois anos.

Na imprensa, esta pesquisa derivou em artigos que ressaltavam a descoberta de uma droga milagrosa no tratamento do câncer de mama. No entanto, também houve controvérsias.

Alguns especialistas questionaram se os aparentes benefícios do Herceptin seriam maiores que os riscos de problemas cardíacos, reforçando que o impacto a longo prazo ainda era incerto.

Outra questão levantada foi a relação custo-benefício, já que o tratamento de um ano de Herceptin custa cerca de 30 mil dólares.

Isto confrontou alguns grupos de apoio de pacientes de câncer de mama contra outros grupos sobre se os escassos recursos sanitários deveriam ser investidos na compra do medicamento ou dedicados a outros problemas.

O artigo da revista The Lancet, que descreve o novo estudo, é publicado juntamente com um comentário que alerta para o fato de que algumas perguntas sobre o Herceptin continuam sem resposta.

"A menos que efeitos colaterais catastróficos sejam detectados no uso do trastuzumabe, (o estudo) representa uma boa notícia para mulheres com câncer de mama HER-2 no estágio inicial e uma função cardíaca adequada", ressalta o comentário.

Entre 8% e 9% das mulheres vão desenvolver câncer de mama durante a vida, segundo o site da Roche. A cada ano, mais de um milhão de novos casos de câncer de mama são diagnosticados em todo o mundo, com uma taxa de mortalidade de cerca de 400 mil pessoas ao ano.




Fonte: AFP

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