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Internacional
Terça - 02 de Janeiro de 2007 às 22:17

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O Governo iraquiano contabilizou hoje um total de 16.245 mortos em conseqüência da violência que tomou o país em 2006, dentre os quais mais de 12 mil são civis.

Estes números foram divulgados em comunicado do Ministério do Interior. A publicação coincidiu com a descoberta dos cadáveres de dezenas de pessoas com marcas de tiros e sinais de tortura em diferentes partes de Bagdá.

Segundo a nota, 12.371 civis iraquianos morreram, e outros 15.143 ficaram feridos durante os últimos doze meses em ações de violência, especialmente em atentados suicidas, realizados na maior parte das vezes com carros-bomba.

Além disso, 1.743 efetivos das Forças de Segurança iraquianas - policiais e soldados - faleceram, e 2.113 ficaram feridos de diversas formas, em ataques e confrontos com grupos insurgentes em todo o Iraque.

Os dados, baseados em estatísticas dos Ministérios da Saúde e da Defesa, assim como em outros departamentos do Interior, mostram 2.131 supostos rebeldes mortos no mesmo período, e 17 mil feridos.

Fontes policiais explicaram que o número de vítimas civis não inclui as pessoas gravemente feridas em atentados, e que morreram posteriormente em conseqüência desses ferimentos.

Também não inclui as pessoas seqüestradas de paradeiro desconhecido até o momento, o que levou observadores iraquianos e estrangeiros a considerarem que o número de mortos é maior do que o anunciado oficialmente.

"O que o Ministério do Interior diz é o correto. Sim, é um número preocupante, mas é o certo", disse Mohamad al-Askari, conselheiro do Ministério da Defesa, em declarações à rede "Al Jazira".

A maioria das vítimas mortais civis da violência em 2006 morreu em ataques e ações de violência sectária entre sunitas e xiitas.

Esses enfrentamentos castigam o Iraque desde fevereiro de 2006, quando o mausoléu do imã Ali al-Hadi foi atacado, na cidade de Samarra.

O mausoléu, a cerca de 100 quilômetros ao norte de Bagdá, é um dos lugares mais venerados pela comunidade xiita, que representa 60% dos cerca de 25 milhões de habitantes do Iraque, e que controla o Governo, o Parlamento e as forças de segurança.

Desde esse atentado, o conflito sectário vem piorando, e até o momento todas as tentativas do Governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki para aplicar um plano de reconciliação nacional fracassaram.

Além dos atentados com carros-bomba e do lançamento de morteiros - atribuídos à insurgência sunita e a "grupos terroristas" estrangeiros ligados à Al Qaeda -, a Polícia informa quase diariamente sobre a descoberta de corpos de xiitas e sunitas com marcas de tiro e de tortura em diferentes cidades iraquianas.

Hoje mesmo foram encontrados, somente em Bagdá, os corpos de 45 iraquianos, com as mãos amarradas para trás e com sinais de tortura.

Esse número aumenta para exatamente 100 corpos encontrados em circunstâncias parecidas na capital iraquiana nas últimas 24 horas, segundo fontes policiais do país.

Os sunitas, base de apoio do regime do ex-presidente Saddam Hussein - executado em 29 de dezembro por crimes contra a humanidade - acusam ex-milicianos xiitas vinculados aos ministérios de Interior e de Defesa de estarem por trás do seqüestro e do assassinato de membros de sua comunidade.

Nos últimos meses, grupos armados com uniformes semelhantes aos da força Maghauir, o corpo de elite do Ministério do Interior, seqüestraram em plena luz do dia dezenas de funcionários de diferentes departamentos do Governo.

Os corpos de alguns dos seqüestrados foram encontrados horas mais tarde, na capital.

Estima-se que 3.002 soldados norte-americanos tenham morrido no país desde o começo da invasão, em março de 2003. Destes, 820 morreram em 2006, segundo comunicados do comando militar dos Estados Unidos.

Segundo a organização americana Projeto Guerrero Azteca pela Paz, dos 150 mil militares americanos que estão atualmente no país árabe, 33 mil são de origem latino-americana.

Além disso, a organização reconhece que mais de 400 soldados de origem hispânica morreram no Iraque.

Segundo números do Pentágono, os militares hispânicos representam mais de 11% dos efetivos dos EUA no Iraque.





Fonte: EFE

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