Em mais um dia de transtorno aéreo, Lula critica 'overbooking'

Os principais aeroportos do país sofreram novos transtornos neste sábado, com atrasos nos vôos e enormes filas de passageiros. Ao comentar a crise, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as empresas que vendem mais passagens do que o número de assentos disponíveis.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, dos 675 vôos previstos para esta manhã, 300, ou 44 por cento, tiveram atrasos superiores a uma hora e 14 foram cancelados.

O diretor da agência, Milton Zuanazzi, disse em entrevista que nos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e no de Brasília ainda faltavam aeronaves no início do dia para atender a todas as rotas, segundo relato de sua assessoria.

Nos demais aeroportos, os atrasos seriam consequência do efeito dominó provocado pelos problemas de quinta e sexta-feiras, quando a saída de operação de seis aviões da TAM para manutenção, segundo a Anac, provocaram atrasos e cancelamentos de vôos.

A Força Aérea Brasileira (FAB) colocou à disposição da aviação civil oito aeronaves na sexta-feira para tentar reduzir a agonia dos passageiros.

Zuanazzi afirmou que, até o final do sábado, a situação deve ter se normalizado.

"Esse problema que nós tivemos não ocorrerá mais", afirmou Zuanazzi a jornalistas.

Em São Paulo, o presidente Lula criticou as empresas que promovem "overbooking" e disse que o governo deverá discutir com as companhias a necessidade de elas adquirirem mais aeronaves.

"Se as empresas venderem só as passagens que lotam os aviões que eles têm disponíveis já ajuda muito. O que não dá é passageiro ficar no aeroporto esperando um avião que não existe", disse o presidente a jornalistas após confraternização de Natal com catadores de material reciclável e moradores de rua.

"Nós vamos ter que colocar uma discussão com as empresas sobre a necessidade de adquirirem mais aviões para que a gente tenha tranquilidade, porque o Brasil precisa crescer", acrescentou o presidente.