Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 14:08

    Imprimir


Cachorros, morcegos, barramundas e o Kentucky Fried Chicken vão frequentar as mesas na Ásia e no Pacífico neste Natal, uma festa comemorada com muita alegria e bem pouco peru nessa região quase totalmente não-cristã.

O Natal é encarado como uma festa estrangeira em muitos países da Ásia, mas isso não impede que milhões de pessoas sirvam banquetes nesse dia ¿ com comidas que muitas vezes os ocidentais nunca ouviram falar.

Na Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, que tem uma população cristã significativa, a festa de Natal inclui iguarias como carne de porco com molho de sangue e carne de cachorro.

"Normalmente fazemos uma reunião de família depois da missa da véspera de Natal", disse Ermida Simanjuntak, uma indonésia batak cristã. "Não damos presentes, usamos o evento para nos reunir e conversar."

Na ilha de Sulawesi, cristãos manados servem os kawok, um tipo de roedor que é cozido com pimenta e alho, e os paniki ¿ morcegos ¿, ensopados em leite de coco.

"A carne de paniki tem quase o mesmo gosto que a do kawok, mas com mais músculos", disse Stephen Lapian. "Mas, se você errar na hora de cortar a asa, ele pode ficar bastante fedido."

No Japão, muita gente comemora o Natal com o frango frito da rede norte-americana Kentucky Fried Chicken. A procura é tão grande na véspera de Natal que é preciso fazer encomenda com antecedência. "Entre 23 e 25 de dezembro, as vendas podem chegar a dez vezes os níveis normais", disse Sumeo Yokokawa, do departamento de relações públicas do Kentucky Fried Chicken do Japão.

A tradição começou em 1974, quando um cliente estrangeiro mencionou para um gerente que tinha ido comprar frango frito porque não tinha conseguido achar peru no Japão. O comentário inspirou uma campanha publicitária que deu certo.

O tender doce à moda chinesa é um prato popular para a ceia nas Filipinas, e os mais ricos servem leitão assado ou peru. Os filipinos gabam-se de ter o Natal mais longo do mundo ¿ os enfeites começam a aparecer em setembro.

Na China comunista, embora o Natal seja um dia normal de trabalho, os grandes hotéis de Pequim e Xangai oferecem almoços e ceias de Natal. Muitos restaurantes menores também entram no espírito, fazendo os garçons usarem gorros de Papai Noel ¿ coisa impensável nos tempos de Mao Tsé-Tung.

Mais ao sul, na Austrália, o almoço natalino tende a ter frutos do mar e salada, no lugar do peru assado.

Batem ponto lagostins e lagostas, seguidos por barramundas e outros peixes grelhados, junto com carnes servidas frias. Assim como no Brasil, o Natal australiano cai no verão. "Com o calor cada vez maior, as pessoas não querem ficar dentro de casa cozinhando", disse Louise Nock, gerente de marketing de uma peixaria.

Se sobrar espaço, experimente a enorme variedade de sobremesas da região, que vão da bibingka filipina ¿ um bolo de arroz com ovos coberto com queijo e coco ¿ até arroz-doce e bolo de frutas em Bangladesh.

No Japão, muitas famílias optam por um pão-de-ló simples coberto com chantilly e morango. O termo "bolo de Natal" é usado para se referir a solteiras com mais de 25 anos, que, assim como o bolo depois de 25 de dezembro, já teriam passado do seu auge.





Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/252638/visualizar/