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Nacional
Quinta - 14 de Dezembro de 2006 às 20:35

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O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luiz Henrique Soares, considerou "revoltante" o gasto anual de R$ 22 bilhões com ações provocadas por acidentes nas rodovias brasileiras.

"O montante gasto é revoltante, porque poderia ser evitado", disse Soares, ressaltando que, além da perda de vidas, existem as seqüelas dos feridos e o custo do afastamento da atividade produtiva. Ele citou também o custo do dinheiro público, que "poderia ajudar a resolver boa parte do desenvolvimento do país", com a aplicação em obras de infra-estrutura.

Soares disse que a falta de planejamento de longo prazo para investimentos em obras nas rodovias contribui para o problema, mas salientou que a "realização de campanhas educativas dramáticas, com forte apelo de conscientização, poderia reduzir sensivelmente esse quadro". Ele aponta ainda como essenciais a melhoria da sinalização e do traçado das vias, a manutenção e a fiscalização.

De acordo com o estudo Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras, realizado pelo Ipea, num período de apenas 12 meses [de 1º de julho de 2004 a 30 de junho de 2005], foram gastos cerca de R$ 22 bilhões em ações por causa de acidentes nas estradas do país. Segundo o Ipea, o montante é equivalente à metade do déficit público previdenciário e inclui despesas como atendimento à ocorrência, primeiros socorros, internação hospitalar, pós-hospitalar, afastamento do trabalho, remoção da vítima ou de carga e danos materiais.

Cerca de R$ 6,5 bilhões referem-se aos acidentes ocorridos em rodovias federais; R$ 14,1 bilhões, aos registrados nas estaduais; e R$ 1,4 bilhão aos ocorridos nas municipais. Colaboraram na realização do estudo a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a Polícia Rodoviária Federal.

Segundo o estudo, a Região Centro-Oeste lidera em gastos, seguida pelas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Sul e o Sudeste registraram índices mais baixos. Nove estados (Amapá, Maranhão, Ceará, Tocantins, Amazonas, Acre, Mato Grosso do Sul, Piauí e Bahia) apresentaram custos médios acima de R$ 70 mil, enquanto oito estados (Alagoas, Roraima, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Pará, Paraíba e Minas Gerais), mais o Distrito Federal, ficaram na faixa entre R$ 70 mil e R$ 60 mil, considerada a média nacional. Abaixo desse teto foram identificados nove estados: Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O estudo mostra que, só em 2004, morreram 6.119 pessoas vítimas de acidentes nas rodovias federais e 66.117 ficaram feridas. As colisões frontais foram as que mais provocaram perda de vidas, somando 1.508. Os atropelamentos de pedestres ocupam a segunda posição, com 1.170 de um total de 3.996 casos. Essas ocorrências prevalecem na travessia de áreas urbanas, com maior incidência no período noturno, e representam 3,6% do total de acidentes nas estradas federais (112.457). A maioria dos casos fatais ocorreu em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

Luiz Henrique Soares enfatizou que o objetivo do estudo do Ipea é contribuir, não só para direcionar políticas públicas, mas para conscientizar os condutores a ter mais cautela no trânsito.





Fonte: Agência Brasil

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