<b>Partido Verde se vê aliviado dos partidos sobre a Cláusula de Barreira</b>

O presidente nacional do Partido Verde, José Luiz Penna, disse em entrevista por telefone ao Diário que a queda da cláusula de barreira vai na contramão dos partidos de maior expressividade política. O PV foi um dos partidos atingidos pelas restrições do mecanismo. Durante o impasse, a legenda chegou a discutir a possibilidade de incorporação a outro partido. Contudo, a legenda acabou optando pela manutenção da sigla nos moldes originais.

De acordo com Penna, a queda da cláusula de barreira incomoda os partidos de maior porte. O dirigente afirmou que as legendas fortes querem o fim dos partidos menores para se sobressaírem no mundo político. Lembrou ainda que isso é contra o regime democrático do país. “Eles estavam tentando fazer uma coisa para se perpetuar no poder. Assim como o PV, outro partido, o PSOL, também enfrentaria enormes dificuldades para sobreviver e isso não é democrático”, criticou.

Uma das maiores dificuldades para conseguir manter os partidos com as imposições da cláusula se refere ao Fundo Partidário. A cota de distribuição das legendas seria reduzida. Segundo Penna, o PV passaria dos atuais R$ 600 mil por ano para R$ 39 mil anuais. “É uma maneira de matar o partido. Como é que as legendas conseguiriam sobreviver nesse cenário?”, perguntou. Outro ponto que vinha causando polêmica entre as restrições da regra diz respeito ao tempo de TV, que também seria minimizado. “Agora não teremos mais o problema de ter que conviver com apenas 2 minutos de tempo para o partido na TV”, reiterou Penna.

O dirigente não poupou críticas à cláusula. Disse que o mecanismo impunha aos partidos pequenos o “corredor da morte”. “Não é possível que os partidos pequenos tenham que ficar lutando para sobreviver nesse meio com tanta restrição. Seria um verdadeiro corredor da morte. Agora vamos provar que os partidos menores podem e irão crescer, se tornando tão grandes como alguns que imperam no país”, ressaltou. (SF)