<b>PF investiga prática de tráfico de influência no caso Dossiêgate</b>

Investigações da Polícia Federal no caso do dossiêgate apontam para a prática de tráfico de influência do ex-assessor de comunicação da campanha petista de Aloízio Mercadante ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, junto à Petrobras.

Conforme divulgou ontem o jornal Folha de S.Paulo, vários documentos da Petrobras e da empresa que atendem a estatal foram encontrados na residência de Lacerda durante diligências feitas pela PF.

Há uma lista com 10 itens diferentes. Dentre eles, uma pasta cinza e preta com o logotipo da empresa Markplan Marketing, Planejamento e Propaganda, contendo uma série de documentos no interior. Um dos documentos encontrados na pasta foi um caderno produzido pela estatal sobre o Projeto Caminhoneiro, Titan da Estrada, que é patrocinado pela BR Distribuidora.

Além disso, foram apreendidos dados cadastrais, bancários e de clientes das empresas Gianpetro Distribuidora de Petróleo Ltda e Solvitech Chemical Distribuidora de Solventes Ltda. No entanto, esses documentos não foram os únicos elementos que ligaram Lacerda à Petrobras.

Na análise do sigilo telefônico do ex-assessor, foram observadas 36 conversas entre ele e a Petrobras, todas no período de negociação do dossiê, entre agosto e setembro. Todas as ligações estão relacionadas ao gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa.

A Petrobras já apresentou duas versões para os telefonemas trocados entre Lacerda e Santarosa. Na primeira, afirmou que Lacerda queria obter ingresso para o GP Brasil de Fórmula 1, realizado no dia 22 de outubro. Na segunda versão, a assessoria disse que Lacerda procurou Santarosa para tentar vender convites de jantares de apoio à candidatura de Mercadante.