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Nacional
Sexta - 08 de Dezembro de 2006 às 16:09

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Ao apresentar suas sugestões, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) defendeu que os ministérios não incentivem, no caso do escoamento da safra agrícola, o uso das saídas tradicionais como os portos de Santos, Paranaguá e Sepetiba. "Esses portos têm que se especializar em exportar e escoar produtos com alto valor agregado. Não tem sentido exportar milho, soja ou algodão por ali", comentou o assessor da diretoria de gestão de estoques da estatal, Francisco Olavo Batista de Souza.

Para ele, os produtos agrícolas têm que ser levados para outros portos, onde a pressão é menor e onde os carregamentos podem fluir melhor. Só assim haveria um barateamento dos custos. "Os portos do Sul e do Sudeste devem escoar produtos em contêineres, produtos acabados e de maior valor agregado", resumiu.

Batista de Souza classificou como "inviável" o carregamento da safra de regiões distantes até os portos tradicionais e lembrou que a fronteira agrícola se expande em direção ao Norte do País. "Não tem sentido nós termos uma produção de grãos no norte do Mato Grosso e essa produção descer de caminhão para os portos de Paranaguá e Santos, provocando aquelas tradicionais filas em março e abril", afirmou.

De Sorriso (MT), maior município produtor de soja do País, até o porto paranaense de Paranaguá são 2.400 quilômetros, deslocamento que, segundo ele, "parece um filme de terror". No caso da produção de Sorriso, disse ele, o ideal é carregar as cargas pela BR-163 e o incrementar as ferrovias para que elas sejam escoadas na direção de Santarém ou da Ferrovia Norte-Sul.

Nos debates internos no governo, a Conab defendeu melhorias nos portos de Manaus; Itaquatiara; Santarém; de Belém; de Santana, no Macapá; Pecém, no Ceará; Suape, em Permanbuco; e Itaqui, no Maranhão. "É para lá que o governo tem que focar o escoamento da safra brasileira de grãos", disse, referindo-se ao porto maranhense.

Batista de Souza lembrou que a falta de logística freia o desenvolvimento, principalmente do agronegócio. "Os produtores sabem que não vale a pena aumentar a produção porque a logística inviabiliza os investimentos em tecnologia feitos nas fazendas". Para ele, "toda margem que o produtor consegue com o uso de tecnologia de ponta ele perde quando a carga chega nas estradas".

Durante a apresentação preliminar, o diretor de Planejamento e Avaliação de Política de Transporte do Ministério dos Transportes, Francisco Luiz, contou que os estados reforçaram a necessidade de escoamento pela hidrovia do São Francisco, hidrovia Araguaia-Tocantins, pela Ferrovia Norte-Sul e a ferrovia Trans-Nordestina. Ele adiantou que entre os projetos do Plano de Logística estão a pavimentação da rodovia que liga Sena Madureira a Cruzeiro do Sul, no Acre, na divisa com a Colômbia; a rodovia que liga Macapá ao Oiapoque, na divisa com a Guiana Francesa, e a pavimentação da rodovia Manaus-Porto Velho.





Fonte: AE

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